ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 18-4-2016.

 


Aos dezoito dias do mês de abril do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, José Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Rodrigo Maroni. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/15 (Processo nº 0586/15), de autoria de Idenir Cecchim; o Projeto de Lei do Legislativo nº 071/16 e o Projeto de Resolução nº 001/16 (Processos nos 0786 e 0162/16, respectivamente), de autoria de João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 041/16 (Processo nº 0506/16), de autoria de Márcio Bins Ely; o Projeto de Lei do Legislativo nº 073/16 (Processo nº 0794/16), de autoria de Mônica Leal; o Projeto de Lei do Legislativo nº 207/15 (Processo nº 2060/15), de autoria de Paulo Brum; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/16 (Processo nº 0716/16), de autoria de Reginaldo Pujol; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/16 e o Projeto de Resolução nº 011/16 (Processos nos 0230 e 0719/16, respectivamente), de autoria de Rodrigo Maroni. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do Requerimento nº 024/16 (Processo nº 0684/16), de autoria de Reginaldo Pujol, a assinalar o transcurso do Dia do Exército Brasileiro. Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo, presidindo os trabalhos; Edson Leal Pujol, Comandante do Comando Militar do Sul; José Carlos de Nardi, ex-Comandante do Comando Militar do Sul; Jeferson Domingues de Freitas, Comandante do V Comando Aéreo Regional; Douglas Bassoli, Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul; e José Sarmento dos Santos, Chefe do Estado Maior do V Comando Aéreo Regional. Após, foi ouvido o Hino Nacional, executado pela Fanfarra do Terceiro Regimento de Cavalaria de Guarda. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Reginaldo Pujol, como proponente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se João Carlos Nedel e Bernardino Vendruscolo. Após, o Presidente concedeu a palavra a Edson Leal Pujol, que agradeceu a presente homenagem. Em prosseguimento, foram ouvidos o Hino Rio-Grandense e a Canção do Exército, executados pela Fanfarra do Terceiro Regimento de Cavalaria de Guarda. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e quarenta e seis minutos às quinze horas e quarenta e oito minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se José Freitas, Fernanda Melchionna, esta em tempo cedido por Prof. Alex Fraga, e Tarciso Flecha Negra. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, Valter Nagelstein e Fernanda Melchionna. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria de Márcio Bins Ely, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/16 (Processo nº 0899/16). Também, foi apregoado o Ofício nº 358/16, do Prefeito, informando que se ausentará do Município das sete horas e cinquenta e três minutos às dezoito horas e um minuto do dia vinte de abril do corrente, ocasião em que participará de reunião com Jaime Lerner, em Curitiba – PR. Após, foi apregoado o Memorando nº 070/16, de autoria de Jussara Cony, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia vinte de abril do corrente, em reunião extraordinária do Conselho Estadual das Cidades do Rio Grande do Sul, às quatorze horas, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria de Jussara Cony, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia seis de abril do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se Clàudio Janta, em tempo cedido por João Bosco Vaz, e João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon e Jussara Cony, esta duas vezes. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Márcio Bins Ely, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia dezoito ao dia vinte de abril do corrente. Às dezessete horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 027/16 (Processo nº 0778/16). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 046/14 (Processo nº 3050/14). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 034/16 (Processo nº 0928/16). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 055/15 (Processo nº 2938/15). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 033/16 (Processo nº 0917/16). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 057/15 (Processo nº 3015/15). A seguir, foi rejeitado Requerimento verbal formulado por Engº Comassetto, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por nove votos SIM, dezenove votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim Adeli Sell, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção Delegado Cleiton e Tarciso Flecha Negra. Após, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, assinadas por Clàudio Janta, Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/15 (Processo nº 2269/15). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 039/16 (Processo nº 0954/16), por dezoito votos SIM e cinco votos NÃO, após ser encaminhado à votação por Engº Comassetto, Valter Nagelstein, Kevin Krieger, Fernanda Melchionna, Dr. Thiago, Clàudio Janta, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton e Mauro Pinheiro, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein e votado Não Adeli Sell, Engº Comassetto, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon. Na oportunidade, Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga apresentaram conjuntamente Declaração de Voto ao Requerimento nº 039/16. Após, Fernanda Melchionna formulou Requerimento verbal, solicitando a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão. Durante a sessão, Clàudio Janta, Jussara Cony, Sofia Cavedon, Adeli Sell, Valter Nagelstein e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de: Germano Bonow; Jorge Krieger de Mello, Presidente do Conselho da Força Expedicionária Brasileira; Verdi Faccini; Carla Adriana Mahler Gonzaga; e alunos e as professoras Aline Vieira e Raquel Santiago, do Projeto Pescar. Às dezoito horas e cinquenta e cinco minutos, esgotado o prazo regimental, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para sessão extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e Guilherme Socias Villela e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações, a fim de podermos homenagear o Dia do Exército Brasileiro. Após retornamos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do Dia do Exército Brasileiro, nos termos do Requerimento nº 024/2016, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

Convidamos para compor a Mesa: o General-de-Exército Edson Leal Pujol, Comandante do Comando Militar do Sul; General-de-Exército José Carlos de Nardi, ex-Comandante do Comando Militar do Sul; Major-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, Comandante do V Comando Aéreo Regional; General-de-Brigada Douglas Bassoli, Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul; Coronel-Aviador José Sarmento dos Santos, Chefe do Estado Maior do V Comando Aéreo Regional.

Gostaria de cumprimentar a todos os senhores oficiais superiores, oficiais e praças do Comando Militar do Sul; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Sr. ex-Deputado Germano Bonow; senhoras e senhores da imprensa; senhoras e senhores.

Convidamos todos os presentes a cantar o Hino Nacional, sob a regência do Tenente Carlos Alberto.

 

(O Hino Nacional é executado pela Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Uma referência especial à sempre Vereadora Mônica Leal, hoje coordenadora da Assessoria Legislativa da Bancada do Partido Progressista, que, tradicionalmente, era a homenageadora do Exército neste dia e nesta hora e que, neste ano, delega a mim esta tarefa, que me é muito honrosa. Por isso, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores – Deputado Germano Bonow Filho e meu caro Krieger de Mello, que representa os cidadãos honorários de Porto Alegre neste momento –, busquei, junto com a minha assessoria, perquirir sobre a história do nosso Exército Brasileiro, sua formação, sua constituição, seu desenvolvimento, seus compromissos e, sobretudo, sua história. Verifiquei que sua história vem de longe, origina-se do ano de 1845, quando não suportando o domínio de parte do território brasileiro, que já perdurava por muitos anos, dezoito valentes patriotas começaram uma insurreição contra os invasores que obedeciam as ordens da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, e sob o comando do português José Fernandes Vieira, e liderança de André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, em pleno congraçamento das estirpes originais formadoras de nossa nacionalidade, a saber, o português, o branco, o negro e o índio conclamaram a população com a seguinte proclamação: “Nós, abaixo assinados, nos conjuramos e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar a todo tempo que for necessário, com toda a ajuda de fazendas e de pessoas, contra todo o risco que se oferecer, contra qualquer inimigo, em restauração da nossa Pátria.”

Iniciava-se uma série de ações de cunho militar, período histórico denominado de Restauração Pernambucana, que culminou com as duas Batalhas de Guararapes, fundamentais para a expulsão do estrangeiro invasor. Foram atos de guerreiros, fecundando de patriotismo a terra do Brasil. Aquele evento é o símbolo cívico fundador da nacionalidade. A data de 19 de abril de 1648 é evocativa da primeira grande vitória em Guararapes. Lembra a bravura daqueles heróis que defenderam nosso solo a ferro e fogo. Por isso, 19 de abril foi a data escolhida para homenagear o Exército Brasileiro! Aquele dia foi o marco de uma história permanente de mais de três séculos de luta e de vigilância pela manutenção do nosso território, de defesa de nossa soberania e de salvaguarda da paz das famílias brasileiras. Em todos os momentos cruciais de nossa pátria o Exército tem exercido papel fundamental, sendo fator de manutenção da integridade nacional, confundindo-se sua atuação com a formação histórica da Nação brasileira. Importante foi a participação do Exército nacional na consolidação de nossa independência, nas lutas da região Cisplatina, na pacificação das províncias brasileiras insurgentes, como Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande Sul. Fundamental foi sua atuação na Guerra do Paraguai, na Libertação dos Escravos, na Proclamação da República, na Consolidação do Regime Republicano, intervindo em diversos conflitos armados como: Guerra de Canudos, Revolução Federalista, Guerra do Contestado, Tenentismo, Revolução de 1930 e Revolução de 1964. Vale ainda ressaltar a importante contribuição do Exército Brasileiro para a vitória das Nações Democráticas na 2ª Guerra Mundial, com a participação da Força Expedicionária Brasileira, não se podendo também olvidar das diversas missões internacionais de paz, vivenciadas pelo nosso Exército, como: Suez, Timor-Leste, Bósnia e Haiti.

O Exército Brasileiro tem como objetivo nacional permanente a garantia do cumprimento da lei e da ordem interna, condições geradoras de clima de paz e progresso social. Nesse âmbito, vem exercendo papel relevante na proteção da faixa de fronteira, a qual se estende por quase 17 mil quilômetros; apoia as atividades de Defesa Civil, com ações de socorro às vítimas de desastres naturais, sendo significativa a colaboração da engenharia militar na construção e restauração de obras civis como: estradas, pontes, aeroportos, etc. As inúmeras escolas mantidas pelo Exército contribuem para a formação cívica e tecnocientífica de inúmeros brasileiros.

Muitos foram os brasileiros oriundos das fileiras do Exército Nacional, que prestaram significativos e relevantes serviços ao Brasil. Entre muitos, trago à memória a figura cívica inigualável de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o Patrono do Exército. Sua vida e atuação devem ser lembradas, neste dia, como modelo de soldado e cidadão. No recuo do tempo, lembremos desse filho do Brasil, como um protótipo, como um marco do orgulho da tradição nacional. Por isso, Sr. Presidente, abro a oportunidade de manifestação das várias Bancadas da Casa.

 

O Sr. Rodrigo Maroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Saúdo especialmente o meu amigo querido, que é literalmente uma escola viva em quase todos os assuntos, meu colega Reginaldo Pujol, que tem sido afetivamente um educador, porque eu o considero assim dentro da Câmara de Vereadores e não poderia deixar de fazer essa breve manifestação. Queria também fazer uma saudação especial aos outros colegas Vereadores e, principalmente, a todos do Exército que estão aqui em nosso plenário nesta homenagem.

Acho que, coincidentemente, é um momento muito propício para falar de vocês e não aqui, como muitos imaginam, no sentido de defender, tem pessoas que acham que o Exército defende a ditadura militar. Eu costumo dizer, por ter amigos dentro do Exército, que os mais democráticos, talvez, hoje em dia, sejam vocês. Quero fazer uma saudação a vocês, em especial hoje, não é puramente fazer uma saudação vazia, mas é uma saudação que, de fato, sai do coração por entender vocês como uma instituição muito séria, no momento em que o Brasil vive o declínio das instituições. O vexame, a vergonha que é o nosso Congresso Nacional, como todos puderam presenciar, independente da opinião. Acho que todos se sentiram envergonhados, no dia de ontem, não somente pela opinião, mas pelo vexame, pela baixaria, pela limitação, hoje, das nossas representações, particularmente da representação política, lamentavelmente. E vocês imaginem se o Congresso Nacional – a gente falava sobre isso um pouco antes – está nesse nível, que é abaixo da linha de miséria, imaginem o que a gente encontra na política por aí.

Eu queria dizer, neste momento, que eu fico muito feliz em fazer esta saudação porque o Exército é o espelho do que deu certo. É uma instituição que seguramente, se formos fazer uma pesquisa, está entre as que têm mais credibilidade. E eu, particularmente, gostaria que o padrão brasileiro fosse como vocês. Talvez, se a política tivesse 5% do que representa o Exército Brasileiro, se os deputados federais tivessem 0,5% do que tem cada representante do Exército, não estaríamos nessa miséria política. Parabéns, de forma muito emocionada; talvez um dia, daqui a 5 mil anos consigamos fazer com que a política atinja 15% do que representa o Exército do Brasil. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O Sr. Paulinho Motorista: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu falo em nome do meu Partido, o PSB, meu e do Ver. Airto Ferronato, e quero dizer que é uma honra recebê-los, a gente fica muito feliz com o comparecimento de vocês nesta Casa, isso nos traz uma grande alegria, pois temos um grande respeito por vocês. Ver. Reginaldo Pujol, não poderia ser diferente vindo de V. Exa. uma homenagem dessas – nosso Vereador muito experiente e que sempre ajuda os mais novos Vereadores. Eu servi ao Exército, Presidente Cassio, por 10 meses e 15 dias, na 6ª Divisão de Exército, trabalhando como motorista, de que me orgulho muito. Nesse período aprendi bastante, aprendi a ter compromisso com horário, aprendi cada vez mais – já vindo de berço – o respeito que a gente deve ter pelo nosso próximo. Quero também dar os parabéns a todos os militares presentes, e dizer que temos o maior respeito por essa farda hoje vista aqui; estamos à disposição de vocês para que venham mais vezes a esta Casa, o que, para nós, é uma felicidade. Ver. Reginaldo Pujol, meus parabéns, porque você sempre traz essas homenagens aqui na Câmara, e continuaremos, cada vez mais, aprendendo com V. Exa., respeitando a todos, pois para isso fomos eleitos pelo povo de Porto Alegre. Volto a dizer: respeitamos bastante essa farda. Um abraço a todos e contém sempre conosco.

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte do Ver. Paulinho Motorista.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu caro Ver. Reginaldo Pujol, vejo que Pujol é um sobrenome importante, aqui na Câmara e no Exército Brasileiro também. Eu quero contar uma pequena história, se V. Exas. me permitirem. Eu vivia no interior de Nova Prata, pequenino ainda, na roça, e um tenente, lembro-me bem do nome dele, Mirtes Fracasso, que servia na Amazônia, pegou malária e mais algumas coisas e veio a falecer. Foi um grande velório e enterro, porque, lá na roça, no Interior, se respeitava muito a farda do Exército e alguém que saiu da roça e foi lá. E quando alguém estava desconsolado, principalmente os irmãos do falecido, o pai deles dizia: “Ele deu a vida pelo Brasil.” E aquilo, de um homem simples, fez com que muitos jovens – pequenos, médios, adolescentes – tivessem a vontade também de morrer pelo Brasil se fosse necessário. Eu cresci, e como era de um município, depois meu pai se mudou para Ibiraiaras, um município não tributável com o Exército, por ser agrícola, eu não fui servir ao Exército, mas tento fazer a minha contribuição durante a vida, falando e respeitando as Forças Armadas. E tendo orgulho como se tem neste momento no Brasil, orgulho das Forças Armadas porque o povo está na rua, está na rua também porque está garantido para estar pelas Forças Armadas. Eu falo em nome da minha Bancada do PMDB, do Ver. Valter Nagelstein, da Ver.ª Lourdes Sprenger e do Ver. Mendes Ribeiro, para dizer que aqui o Exército valoriza muito a Câmara de Vereadores, tanto é que nós temos o Cantagalo todos os dias aqui nos acompanhando. Então, a minha reverência ao Exército, às Forças Armadas. E quero dizer da minha felicidade de poder estar aqui neste microfone fazendo uma homenagem a quem nós respeitamos, amamos e temos confiança: o Exército Brasileiro. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço ao Ver. Cecchim por seu aparte.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol, tu sabes do meu apreço por ti, te parabenizo pela homenagem. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero parabenizar vocês, quero cumprimentar todo o Exército Brasileiro. Eu passei muito pouco em São João de Meriti, no Exército, mas, o pouquinho que passei por ali, aprendi muito diante de uma Comandante que amei e respeitei muito, que foi presidente até do meu clube lá, o Giulite Coutinho. E o Exército nos traz, Ver. Pujol, coisas maravilhosas, que até hoje guardo: o respeito e o companheirismo. Coisas que o nosso País está perdendo, bem como está perdendo a humanidade. Em nome do PSD, em nome deste Vereador, quero cumprimentar todos vocês por guardarem a soberania da Pátria amada Brasil. Vocês nos dão essa segurança, para que, no dia a dia, a gente se sinta seguro nas nossas casas, essa casa que eu digo é a casa Brasil, a Pátria amada Brasil. Meus parabéns! Oxalá abençoe a todos vocês. Obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Ver. Tarciso.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Pujol, cumprimento V. Exa. pela iniciativa desta homenagem pelo transcurso do Dia do Exército. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Permitam-me, na extensão de Mesa, fazer um cumprimento especial ao Nobre, meu colega R/2, Presidente da Associação dos Ex-Alunos do CPOR. Eu também tenho apontado, na minha carteira, General, que sou mobilizado até 2020, então, para qualquer coisa que precisar, estamos aí!

Minha Bancada é integrada pelos Vereadores Mauro Zacher, João Bosco Vaz e por este Vereador. Todos integrantes das Forças Armadas, que hoje abrilhantam esta Sessão, é uma honra termos a presença de todos os senhores e senhoras aqui. Dentre outras tantas situações e qualidades que um Exército atribui a um homem que serviu ou que enfim deu a sua contribuição à Pátria naquele um ano de serviço militar obrigatório, citamos a disciplina e a hierarquia, que são muito relevantes nesse contexto da formação. Eu quero dizer que só trago boas recordações do meu tempo de caserna, fui Presidente do Grêmio Andrade Neves da Cavalaria do CPOR com muita honra. Ainda tenho cultivado as amizades, as parcerias, a nossa turma é a turma de 1993. Por vezes, tenho mencionado, Nobre – está ali o Nobre acompanhando aqui a nossa intervenção –, aquele ditame que fica ali no galpão da Engenharia do CPOR, que diz o seguinte: “Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o futuro pertence a quem se atreve, e a vida é muito para ser insignificante.” Isso está lá gravado na nossa churrasqueira, pois às terças-feiras nós temos confraternizado, especialmente com os R/2. Fica aqui, Pujol, o nosso agradecimento especialmente a ti que, por esta iniciativa, nos oportuniza essa convivência com o Exército no dia de hoje. E a nossa homenagem pelo transcurso do Dia do Exército.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa., Ver. Marcio Bins Ely.

 

O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Pujol, eu quero recuperar duas frases do meu pronunciamento em 19 de abril de 2011, quando eu tive a oportunidade de fazer esse pronunciamento que V. Exa. faz hoje com muita maestria, frases muito atuais. “O Brasil da modernidade assume uma postura hegemônica voltada para o futuro da humanidade e despreza quaisquer espécies de fobias esclerosadas de duvidosa procedência ética plantadas num passado distante. Isso significa que o Brasil do século XXI não cede espaços a comportamentos de vindimas extravagantes, de concentrações de ódios manifestos, de ações politiqueiras revisionais ou ainda de aniquiladoras condutas revanchistas. Em verdade, apesar da globalização, a Pátria de Caxias, representada pelo Exército Brasileiro, mantém acesas as chamas de patriotismo e de nacionalismo, jamais admitindo qualquer ultraje ao sacrossanto axioma da soberania nacional. Em verdade, nossa bússola nunca esteve orientada para Nova Iorque, nem para Pequim ou tampouco para Moscou; a bússola verde e amarela sempre esteve, está e estará direcionada para Brasília, enquanto coração pulsante da República Federativa do Brasil e de seu povo brasileiro.” Parabéns ao Exército Nacional, parabéns pelo trabalho social desenvolvido pelo Exército. Parabéns à manutenção da soberania nacional. Muito obrigado, Ver. Pujol. (Palmas.)

 

O Sr. Guilherme Socias Villela: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Presidente Cassio Trogildo, permita-me que faça, em poucas palavras, uma saudação neste dia e nesta comemoração. Inicio dizendo que todos aqui foram citados, mas, na figura do General do Exército Edson Leal Pujol e também na do General De Nardi, eu saúdo todos os componentes desta Mesa. Começo por enaltecer, nobre Ver. Reginaldo Pujol, a iniciativa de Vossa Excelência. Concluo, dizendo que eu me sinto muito à vontade, Presidente, nesta comemoração. O meu primeiro contato foi com o contingente do CPOR de Porto Alegre. Segui carreira política, fui Prefeito de Porto Alegre, Deputado, mas não deixei de tirar a Escola Superior de Guerra, na Fortaleza da Urca, e me tornei, posteriormente, Oficial do Mérito Militar do Exército, além de Pacificador. Por tudo isso, volto a dizer: sinto-me à vontade nesta comemoração, desejando parabenizar todos os oficiais e praças presentes aqui. Muito obrigado, Dr. Pujol. (Palmas.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado a V. Exa., Ver. Guilherme Socias Villela.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero falar numa coisa que muito se tem falado aqui na Câmara, e o Ver. João Bosco me pediu que falasse para o senhor, Coronel de Nardi, agradecendo toda a ajuda que o senhor deu durante a Copa, quando a Força Nacional esteve presente aqui e ajudou que o evento saísse e ajudou que os índices de criminalidade em Porto Alegre fossem os que nós queremos que a Cidade tenha. Muito subi a esta tribuna, senhores, para pedir que a Força Nacional viesse a esta Cidade, que esteja presente nesta Cidade ajudando a Brigada Militar, ajudando a Polícia Civil a trazer um pouco de paz e sossego à população de Porto Alegre. O Ver. João Bosco Vaz, que já usou o tempo que lhe era disponibilizado, pediu que eu fizesse esse agradecimento. E eu peço, em nome do meu Partido e da população de Porto Alegre, que os senhores pensem nessa possibilidade de ajudar a população de Porto Alegre, pensem na possibilidade da Guarda Nacional estar em Porto Alegre ajudando a população. Não podemos mais ver os nossos postos de saúde, as nossas escolas e os nossos filhos morrerem de graça em Porto Alegre. O Governo do Estado não consegue mais nos dar segurança, e o Governo Federal – que ontem começou a cair e vai terminar de cair – não nos dá esse aporte. Então, não estamos aqui pedindo a volta da ditadura, não estamos pedindo nada. O Exército Brasileiro tem demonstrado o seu papel, está desenhado esse papel, que é o de proteger as nossas fronteiras e auxiliar a proteção dos cidadãos. É isso que nós estamos pedindo: que a Força Nacional que ajudou na Copa do Mundo venha ajudar os cidadãos de Porto Alegre. Ver. Reginaldo Pujol, V. Exa. faz uma justa homenagem ao Exército Brasileiro, que vem ajudando nas fronteiras longínquas do nosso País, mas é necessário que acabemos com a famigerada faixa de fronteira, que vem tirando os investimentos de municípios das fronteiras, e que o Exército esteja presente nessas fronteiras para combater o tráfico de drogas e o contrabando. E principalmente que o Exército dê suporte e treinamento às polícias militares para enfrentar o maior inimigo que hoje temos, que é o narcotráfico, que vem assolando as famílias brasileiras, que vem destruindo as famílias brasileiras. Uma grande homenagem, Ver. Reginaldo Pujol, ao Exército Brasileiro, que vem cumprindo o seu papel neste Estado Democrático em que já vivemos neste País. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Ver. Clàudio Janta.

 

O Sr. Elizandro Sabino: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Pujol. Quero, em primeiro lugar, parabenizar V. Exa. pela iniciativa. Como sempre, V. Exa. tem brilhantes iniciativas nesta Casa. Quero parabenizar a Mesa constituída, aqui já nominada diversas vezes, hoje, assinalando o transcurso do Dia do Exército Brasileiro, um dia especial para a nossa Nação. Em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, o nosso PTB, eu, em nome do Ver. Paulo Brum, Ver. Dr. Goulart, Ver. Luciano Marcantônio, Ver. Mario Manfro, Ver. Cassio Trogildo, transmito a todos os senhores, às galerias lotadas, na tarde de hoje, o nosso parabéns por este dia, por este momento tão especial em que vivemos na nossa Nação. A V. Exa., mais uma vez, nossos parabéns pela brilhante iniciativa. Muito obrigado.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Pujol, Sr. Presidente, meu caro Comandante, dirigentes do Exército Brasileiro, senhoras e senhores. Para nós, é extremamente importante poder dizer da importância que teve e tem o Exército Brasileiro na configuração das nossas fronteiras. Lembro aqui o papel de Plácido de Castro, como lembro também de outros comandantes de outros países. Temos que lembrar que somos um país da América Latina onde tivemos o Libertador Simón Bolívar, onde tivemos Jose de San Martín, como temos o papel, como já lembrei de Plácido de Castro e tantos outros que colaboraram para configurar a Nação Brasileira, para garantir a soberania nacional e a consecução de um estado federativo. Como recentemente o Exército Brasileiro e as pessoas não sabem ou não se lembram de que muitas das ferrovias e muitas das estradas difíceis, que de outra maneira não teríamos no Brasil, não fosse o Exército Brasileiro. Como agora o papel importante comandado pelo General Jorge Ernesto Fraxe lá na transposição do São Francisco. Portanto, lembrar a história do Exército Brasileiro é lembrar também esse trabalho diuturno, esse trabalho que não aparece, esse trabalho que as pessoas não conhecem. E nós temos que lembrar que não é só o quartel onde está o Exército Brasileiro, mas é o seu trabalho real. Desde 1500, com a configuração da Nação brasileira e, ao longo dos tempos, a configuração do próprio Exército Nacional. Portanto, parabéns, muito obrigado pela presença e vamos garantir a soberania nacional. Viva o Brasil.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte de V. Exa., Ver. Adeli Sell.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço vênia, pois já vamos tarde e longe, mas me parece que exatamente o fato de irmos tarde e longe reflete o prestígio do nosso Exército Brasileiro. Peço desculpas por ocupar também este espaço. Na pessoa de V. Exas. quero cumprimentar a todos os militares que comparecem a nossa Casa no dia de hoje. Quero, rapidamente, Presidente, agradecer e falar no tempo de Governo, reforçar as palavras do Ver. Adeli, embora talvez estejamos, circunstancialmente em campos opostos e distintos, mas vejam que a presença das Forças Armadas e o papel do Exército Brasileiro, da Aeronáutica e da Marinha, nos coloca a todos numa mesma posição de reconhecimento e de respeito ao papel que as Forças Armadas têm. Lembrou ele Plácido de Castro, e eu quero lembrar o Patrono do Exército, porque a própria noção continental do nosso País nós devemos ao Exército Brasileiro e ao pacificador que foi Caxias. A questão da Guerra do Paraguai, não só o Exército, mas também a nossa Marinha, com Tamandaré; e ultimamente a própria Aeronáutica brasileira, embora não seja objeto da homenagem, mas quero render também as minhas homenagens, porque, lutando contra os regimes totalitários da Europa na última Segunda Guerra, deu sua demonstração de heroísmo como já tinham dado em capítulos anteriores o próprio Exército Brasileiro e a Marinha. Então, para isso, Sr. proponente, meu querido Vereador, só para reiterar esse papel fundamental: quiçá num momento novamente grave da história brasileira, onde as instituições são colocadas à prova, e, mais uma vez, as instituições mostram que funcionam, nós repousamos a nossa confiança de que o Exército permanece vigilante e permanece leal a sua missão constitucional. Nós sabemos que qualquer perturbação e qualquer problema, de natureza interna ou natureza externa, as Forças Armadas estão aí para garantir a constitucionalidade do nosso País, e isso nos dá um profundo alento. Gostaria eu que mais jovens pudessem ingressar todos os anos nas Forças Armadas; certamente faríamos com eles o que o Ver. Márcio Bins Ely e outros tantos aqui já testemunharam, entranharíamos nessa juventude valores, propósitos, princípios e virtudes que são fundamentais na construção do civismo e de uma Nação muito melhor. Quero cumprimentar o Exército Brasileiro, como Adesguiano, como filho de um ex-Adesguiano, fiz questão de pedir esse tempo aqui para deixar registrado o meu carinho, a minha admiração e a confiança que todos nós temos nessa instituição da Pátria e da República Brasileira, que é o Exército Brasileiro. Parabéns, Ver. Pujol. Muito Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa., Ver. Valter Nagelstein, e ao retomar meu pronunciamento, General Leal Pujol, quero acentuar esta magnífica demonstração de brasilidade e unidade que oito representantes de políticas diferentes acabam de fazer aqui na Casa. Esses pronunciamentos que ocorreram, do Ver. Rodrigo Maroni, do Partido da República; do Ver. Tarciso Flecha Negra, do PSD; do Ver. Idenir Cecchim, do PMDB; do Ver. Márcio Bins Ely, do Partido Democrático Trabalhista; do ex-Prefeito e meu querido amigo, do Ver. Guilherme Socias Villela, do Partido Progressista; do Ver. Clàudio Janta, do Partido Solidariedade; do Ver. Adeli Sell, do Partido dos Trabalhadores; e agora, do Ver. Valter Nagelstein, reafirmando as posições do PMDB. Neste conjunto há que se acentuar uma única disparidade, e isso eu gostaria de acentuar neste momento. É que raro são aqueles que nasceram aqui em Porto Alegre. O Ver. Valter Nagelstein é de Bagé; o Ver. Idenir Cecchim é de Nova Prata; o Tarciso é de Minas Gerais; o Adeli é de Santa Catarina; eu sou de Quaraí, enfim, nós somos o Rio Grande espalhado, o Brasil espalhado, que é a própria figura do Exército Brasileiro. A quem estou homenageando hoje enfatizando a figura do seu Patrono, Luiz Alves de Lima e Silva, homem de família de militares, que nasceu na antiga Capitania do Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1803. Seu pai era militar, seu avô também. Em razão da tradição militar da família e por graça especial do Rei D. João VI, lhe foi permitido ingressar no Exército com a idade de cinco anos, passando a servir em unidade comandada por seu avô. Seu pai, logo que a idade permitiu, matriculou-o na Real Academia Militar, onde aos 15 anos se forma oficial. Em 1821, com 18 anos, Caxias, após brilhante curso de infantaria, é promovido a tenente. Começa então uma carreira militar e política destacada, que irá honrar seus antepassados e engrandecer toda a Nação. Vai servir como ajudante do Batalhão do Imperador, a unidade de elite do Exército, na época. Será o porta-bandeira que primeiro carregará a recente criada bandeira do Império Brasileiro. Em 1823, segue com o Batalhão Imperial com destino à Bahia, para aniquilar os últimos focos de resistência à independência do Brasil de Portugal, recentemente concretizada no Grito do Ipiranga. O jovem oficial Luís Alves de Lima e Silva, por atos de bravura, recebe a insígnia do Cruzeiro do Sul e a Medalha da Independência da Bahia.

Em 1833, casa com Anna Luiza Carneiro Vianna, com quem tem três filhos. Os que analisaram a correspondência por ele deixada são unânimes em afirmar que, não obstante a severas e altas responsabilidades assumidas, o bravo Luís, era terno, afável e carinhoso no trato familiar.

Destacou-se nas lutas internas em defesa da ordem e da integridade do Território Nacional, na Bahia, no Maranhão, em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, revelando, em todos os eventos, notável capacidade de organização e apurado conhecimento militar na condução das operações. No campo externo, comandou o Exército que combateu as tiranias bifrontes de Rosas e Oribe, na região cisplatina. Já sexagenário, foi o grande comandante dos Exércitos Aliados da Argentina, Brasil e Uruguai, conduzindo milhares de soldados, em manobras estratégicas em estilo napoleônico, em terreno agreste de difícil transposição, levando as forças aliadas à vitória final no enfrentamento com Solano López.

Mas é aqui, no Sul, na nossa terra rio-grandense, que a sua capacidade pacificadora, foi submetida à dura prova, já que aqui lavrava o movimento farroupilha há quase uma década, consumindo vidas, destruindo patrimônios, se opondo ao Poder Central, ameaçando o prestígio da Monarquia e a integridade do território. Nos longos e penosos anos em que perdurou a revolução, nada menos de doze presidentes haviam sido nomeados pelo governo imperial para resolver a questão, sem sucesso, entretanto. Logo ao chegar a Porto Alegre, Caxias fez apelo aos sentimentos patrióticos dos insurretos, através de um manifesto cívico, dizendo: “Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós – o inimigo de nossa raça e de tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribes e Rosas; guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue. Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum”. Assim, com energia serena e habilidade político-militar, vence as paixões e restabelece a paz, pondo fim à Revolta Farroupilha. Após a pacificação, Caxias, dirigiu-se à Bagé, onde seria aclamado em recepção festiva, com desfile, banda de música e ovação popular. Ao seu encontro foi uma comissão, chefiada pelo vigário local, informá-lo dos preparativos. Ao tomar conhecimento, Caxias recusou a homenagem, dizendo: “Reverendo, esse triunfo custou sangue brasileiro. As desgraças dos meus concidadãos não podem ser festejadas. A necessidade obriga-me a combater dissidentes, mas os meus sentimentos de brasileiro me fazem prantear as vítimas”. E então pediu: “Reverendo, celebre missa pelos mortos no combate e eu irei com meus oficiais e soldados assisti-la”. A partir de 1845, Caxias será senador pelo Rio Grande. No Senado do Império, vai encontrar-se com seu pai, que também era senador. Em 1851 é nomeado novamente para presidir a província e para comandar o Exército Brasileiro, integrado por muitos farroupilhas, que irá até Montevidéu, libertar o Uruguai da ditadura de Rosas. Retornará novamente ao Rio Grande em 1865, acompanhando o Imperador Dom Pedro II, que vai a Uruguaiana assistir à rendição do exército invasor paraguaio. Luiz Alves de Lima e Silva foi, por várias vezes, Ministro do Governo Imperial e, em outras tantas oportunidades, foi chamado para assumir a presidência do Conselho de Ministros.

Luiz Alves de Lima e Silva, em toda sua vida, serviu mais à Pátria do que ao regime ao qual se vinculava. Caxias não conheceu a derrota, foi sempre vitorioso. Nenhum brasileiro jamais recebeu tantas medalhas e condecorações na paz e na guerra, o que evidencia a sua capacidade, inteligência e coragem. Antes de falecer, no Rio de Janeiro, em 07 de Maio de 1880, pediu que seu corpo fosse carregado à sepultura por seis soldados de bom comportamento, dispensando as demais honras militares de estilo. Foi simples até na morte. Dele disse Gustavo Barroso, o grande intelectual e escritor do Brasil: “Ninguém em nosso País, em quatro séculos de história, foi maior do que ele. Guerreiro e político. Diplomata e estadista. Ninguém teve maior fé nos destinos da Pátria e ninguém a serviu com maior brasilidade.”

A instituição permanente, que hoje homenageamos, formou para o Brasil, um acervo formidável e inesgotável de cidadãos que prestaram grandes serviços à pátria brasileira. Do elenco infindável de nomes, destacamos: Osório, Mallet, Deodoro, Floriano, Mascarenhas de Morais, Gaspar Dutra, Rondon e tantos outros cujos nomes a história já lhes está reservada.

De onde brotaram tantos talentos brasileiros? De onde vieram tão bravos soldados? Vieram das entranhas telúricas da pátria, pois o Exército é a Nação em armas! Vieram do morro do Engenho, das selvas, dos cafezais, da boa terra do coco, da choupana. Vieram das praias sedosas, das montanhas alterosas, vieram de longe, de muito longe, vieram de várias partes para fazer o nosso Brasil. Eles todos fazem o conjunto desse nosso grande Exército Brasileiro. Vieram dos pampas, do seringal, das margens crespas dos rios, dos verdes mares bravios, da terra de nossa Senhora Aparecida e do Senhor do Bom Fim. Vieram da pátria onde canta o sabiá. Vieram do além do monte, do verde mais belo, do mais dourado amarelo, do azul mais cheio de luz, bordado de estrelas prateadas que se ajoelham deslumbradas, fazendo o sinal da Cruz! Salve o Exército Brasileiro! Braço forte e mão amiga!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita vibração cívica que, hoje, ocupo esta tribuna para homenagear o Dia do Exército, em meu próprio nome e em nome da Bancada do Partido Progressista, que tenho a honra de integrar, juntamente com os ilustres Vereadores Kevin Krieger, Guilherme Socias Villela e Mônica Leal. O Dia do Exército é comemorado no Brasil há 368 anos, no dia 19 de abril, data em que marca a vitória brasileira na 1ª Batalha de Guararapes, travada em Pernambuco, no ano de 1648. E hoje, nós, aqui, em Porto Alegre, estamos novamente, comemorando mais uma vez o Dia do Exército.

O Exército, que foi às guerras do Prata, que lutou pela independência; que uniu e pacificou com Caxias; que garantiu o Império e o êxito da Tríplice Aliança; que fez a República e lhe deu sustentação. O Exército, que combateu e derrotou ideologias extremadas na Europa e também em nossos próprios limites territoriais. O Exército, sempre vitorioso, que continua fiel representante da sociedade que livremente escolheu o caminho da democracia e que, em cada momento de tensão, soube conquistar e garantir a paz, tornando-se sinônimo de incorruptível amor ao Brasil, sem fazer concessões e sem qualquer vinculação política. Para sorte do Brasil e orgulho de seu povo, o Exército Nacional, sempre atento e vigilante, graças exatamente à observância de seus princípios basilares e à seriedade e competência de sua hierarquia, tem se fortalecido institucionalmente, sem se deixar afetar pelos eventuais turbilhões políticos que, de tempos em tempos, têm comovido o País. O Exército Brasileiro tem braço forte e mão amiga. Podemos, eventualmente, não vê-lo.

Mas ele sempre está presente. Sabemos perfeitamente que, se por ventura a ordem social periclitar, o emprego do Exército para arrefecer as investidas contrárias pode se tornar uma imposição conjuntural. Pois, no Exército Brasileiro, nós podemos confiar, haja o que houver. Parabéns ao Exército, por esta data. E que, com as benções de Deus, o Exército se mantenha, como sempre, à vanguarda da defesa dos legítimos interesses nacionais, preservando a ordem e a soberania do Brasil. Parabéns ao Exército Brasileiro.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Registro a presença do Sr. Jorge Krieger de Mello, Presidente do Conselho da Força Expedicionária Brasileira; do Sr. Verdi Faccini, representante da ARI; da Sra. Carla Adriana Mahler Gonzaga, representando a Secretaria de Educação de Porto Alegre.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de iniciar esta fala, lembrando que toda vez que nós homenageamos as Forças Armadas, e hoje estamos aqui homenageando as Forças Armadas, ao homenagear o Exército Brasileiro, nós homenageamos as Forças Armadas, não há duvida de que esta é uma homenagem coletiva, é uma homenagem ao próprio Brasil quando homenageamos o Exército Brasileiro. Todos os Estados da Federação, ao longo da história, tiveram movimentos, aqui no Rio Grande do Sul não foi diferente, e há que se fazer um registro que, quando chegou o momento da União, os farroupilhas estiveram juntos com os imperiais na Guerra do Paraguai. Cel. Litwinski, o Cel. Cantagalo. O Cel. Cantagalo sempre proporciona momentos para eu me exibir, porque também sou da Cavalaria, nós somos, não é Cel. Cantagalo? Mas da verdadeira Cavalaria – fazendo uma brincadeira com os colegas aqui. Eu fui convidado pelo Cel. Cantagalo a propor a homenagem dos 200 anos de Osório. Senhores Oficiais, obrigatoriamente, tive de buscar algumas informações e surpreendentemente fiquei sabendo que o pai do Gen. Osório foi quem o convenceu a lutar ao lado dos imperiais porque, no início, ele era republicano. Vejam, só. É interessante porque, se eu fosse poeta, eu não teria coragem de ler o que vou ler neste momento. Tenho certeza de que todos daqui vão me perdoar porque não sou poeta. Na homenagem dos 200 anos de Osório, atrevidamente, eu iniciei mais ou menos assim: (Lê:) “Osório/Forjado ainda piazito/No laboratório da Campanha/Fez quando menino/Sua primeira façanha/Iniciou o manuseio das armas/Ombreado com seu pai, não recuou/Nos entreveros das peleias/Jamais vacilou/Manoel Luis Osório, Marquês do Herval/No decênio heroico iniciou Republicano e terminou Imperial/Na vida amou eternamente sua Pátria/Nas guerras foi o primeiro de seu tempo/Soldado da linha de frente/Osório defendeu sua gente/Homem determinado e combatente/Vindo da cepa Rio-grandense/Temido pelos inimigos/Respeitado pelos superiores/Adorado pelos subordinados/Em combate nunca deu costado/ Guerreiro de cavalaria/Nas cargas de combate/Centauro de montaria/Nunca ficou na estrebaria/ Fez tremular a bandeira em Humaitá/Marchou em Tuiuti/De trincheira em trincheira/Demarcou o Brasil/No comando da estrela guia/Fez-se chefe da cavalaria/Lutou por amor e ideal/Lema de uma vida/Na luz dos canhões e da arma branca/De espada em punho bradou, sem temer/É fácil comandar homens livres/Basta mostrar-lhes o caminho do dever”. Parabéns às Forças Armadas.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. Edson Leal Pujol, Comandante do Comando Militar do Sul, está com a palavra.

 

O SR. EDSON LEAL PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, um grande agradecimento ao Ver. Reginaldo Pujol por ser o proponente desta homenagem ao Exército Brasileiro no ano de 2016. Um agradecimento especial a todos os que usaram o microfone para expressar os seus agradecimentos, expressar as virtudes, o reconhecimento, a confiança no Exército Brasileiro; vocês, que são representantes dos cidadãos porto-alegrenses. Quero dizer que nós, que hoje aqui estamos envergando o uniforme verde-oliva, ou o uniforme azul, da nossa Força Aérea, não somos cidadãos diferentes daqueles que vocês representam. Nós acreditamos na nossa democracia, acreditamos na nossa Constituição, acreditamos na legislação que rege todo o funcionamento do Estado brasileiro. Nós, nas palavras de um grande estadista brasileiro, queremos lembrar aos senhores que a farda não abafa no peito o coração do soltado. Então, nós acreditamos em vocês, nós acreditamos nos representantes do povo, e nós precisamos que vocês exerçam essa representatividade com responsabilidade, que orgulhem e honrem os cidadãos que vocês representam. Muito obrigado por esta homenagem no dia de hoje. Eu gostaria de lembrar algumas coisas, dentre tantas que já foram aqui ressaltadas por aqueles que ocuparam esses microfones, os feitos do Exército Brasileiro desde o nascimento da Nação brasileira, que nós colocamos como uma data que significa o marco do nascimento do Exército, nas batalhas dos Guararapes, nas lutas contra o invasor holandês, pelos diversos episódios da história do nosso País, em defesa das nossas fronteiras e luta pela unificação nacional. O Exército Brasileiro sempre teve o papel de protagonismo em defesa dos interesses da nossa Nação, em defesa dos interesses do povo brasileiro. E, mais que tudo, um papel de pacificador, no nome do patrono do Exército Brasileiro, Luis Alves de Lima e Silva, que aqui foi ressaltado pelo significado da sua vida, não só para o Exército Brasileiro, para a Nação brasileira, mas para o nosso País, uma vez que exerceu inúmeros cargos públicos, dentre eles de Senador e de Ministro. Em nome do nosso Comandante do Exército Brasileiro, General Villas Bôas, e do meu próprio na qualidade de Comandante Militar do Sul, agradeço esta iniciativa e as palavras aqui proferidas. Por justiça, divido esta homenagem com vultos militares do passado, uma vez que o Exército de hoje é fruto dos exemplos e das vitórias do Exército desde o seu nascimento. A própria história do Brasil, do Rio Grande do Sul e também de Porto Alegre tem marcada influência militar com reflexos em diversos campos, não somente no campo militar. Aqui em Porto Alegre, podemos relembrar a influência e a participação dos militares na cultura, na educação e na política, nesta Casa representada por um militar, Ver. Guilherme Socias Villela, Prefeito desta Cidade. Mas queria lembrar que inúmeros logradouros aqui da nossa Cidade trazem o nome de insignes militares, não só do Exército, como da Marinha e da Aeronáutica, que foram aqui homenageados por tudo aquilo que fizeram pelo nosso País, pelo Rio Grande e por esta Cidade. Podemos destacar, só para mencionar um dos nomes, no campo da Cultura, o Major João Cezimbra Jacques, professor da Escola Militar, que fundou o Grêmio Gaúcho e é considerado o patrono do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Na educação, desponta o capitão Parobé, que juntamente com cinco tenentes da Escola Militar participou da fundação da Escola de Engenharia, precursora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na política, há que se ressaltar o militar que empresta seu nome a este plenário: o notável Otávio Rocha, engenheiro militar formado na Escola Militar na Praia Vermelha, que como Prefeito transformou esta cidade. Esse é o Exército, que presente em todo o território nacional continua sendo fundamental para a defesa da Pátria. Com seus recursos humanos especializados, na busca do seu aparelhamento de materiais de última geração, contribui, sobremaneira, para o crescimento do Brasil.

Agradeço a todos os Vereadores e ao Presidente desta Casa, e quero aqui ressaltar que, apesar de não ser porto-alegrense, aqui cresci, entre três, quatro anos de idade vim morar nesta Cidade e pude crescer respeitando os homens que dirigem os desígnios do Rio Grande e de Porto Alegre. Presto minha continência a todos vocês que representam o povo brasileiro. E tenho orgulho de ter representantes, vou citar um deles – infelizmente, não está agora no plenário, mas fez uso do microfone –, como o mineiro Tarciso, um exemplo de humildade, mas um gigante com a bola nos pés. Cresci torcendo pela camisa tricolor e vibrando com as grandes jogadas, com as grandes vitórias que o nosso Tarciso trouxe não só para o Grêmio, como para o futebol do Rio Grande do Sul. Muito obrigado a todos vocês, a minha continência do Exército Brasileiro à Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido todos os presentes a cantar o Hino Rio-Grandense e logo após a Canção do Exército, executado pela Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda sob a regência do Tenente Carlos Alberto.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense e a Canção do Exército.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Chegamos ao final desta homenagem pelo transcurso do Dia do Exército, agradecendo a presença das senhoras e dos senhores. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h48min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. José Freitas está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ FREITAS: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo, eu não me pronunciei no momento em que o Exército estava aqui. Nada contra o Exército, muito pelo contrário, eu servi no CPOR por dez meses e onze dias como enfermeiro veterinário. Como é meu primeiro dia depois do meu retorno a esta Casa, eu queria aproveitar este momento para falar um pouquinho da nossa passagem pela Secretaria Municipal de Segurança. De antemão, eu gostaria de agradecer ao Prefeito Fortunati e ao Vice-Prefeito Sebastião Melo ter confiado esta Pasta ao meu Partido PRB, com isso nós adquirimos grande experiência. Eu até estava dizendo ao Ver. Idenir Cecchim, Sr. Presidente, que todos os Vereadores deveriam passar por essa experiência no Executivo, a grande maioria tem essa experiência, mas muitos não a tem, e é muito gratificante.

Então, um pouquinho do que nós conseguimos realizar lá na Secretaria Municipal de Segurança foi a qualificação da Guarda Municipal. Nós conseguimos, através de parcerias, mensalmente qualificar os servidores da Guarda Municipal permanentemente. Realizamos também, aqui nesta Casa, a II Conferência Municipal de Segurança, que havia acontecido apenas uma vez. Criamos também o Plano Municipal de Segurança, que está em fase de publicação. Fizemos parcerias com várias entidades para avançar em equipamentos, inclusive aqui com esta Casa. Queria fazer um agradecimento ao ex-Presidente, Dr. Thiago, porque, através de uma parceria, firmamos um convênio aqui com esta Casa e adquirimos cinco viaturas novas para o patrulhamento das escolas e parques de Porto Alegre. Agradeço também ao Ver. Mauro Pinheiro, ex-Presidente, com quem adquirimos também, através de convênio, cinco viaturas discretas, que ele repassou para a Secretaria Municipal de Segurança. Criamos 17 fóruns de segurança. Em todas as 17 regiões do Orçamento Participativo estão acontecendo os fóruns municipais de segurança – uma reunião mensal em que se discute com toda a comunidade das regiões. Encaminhamos também o projeto para a ampliação do número de câmeras do Parque Marinha e do Parque Farroupilha, que já está em fase de instalação e, com isso, vai estar ajudando a segurança de todos os usuários dos parques. Abrimos também o concurso da GM, que está em fase de teste físico para os que passaram na primeira etapa. Eu queria aqui falar um pouquinho dos Guardas Municipais de Porto Alegre. Hoje, na ativa, temos em torno de 480...

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acompanho com atenção sua intervenção, louvo o trabalho que V. Exa. conseguiu realizar na Secretaria de Segurança Urbana e me preocupa efetivamente esse dado do número de nossos guardas municipais. Eu fui acionado e pude verificar que temos um conjunto imenso de guardas que vão se aposentar no próximo período. Queria dizer que sou seu parceiro, sou militante da causa de uma Guarda Municipal qualificada e com um número adequado às nossas necessidades. Muito obrigado.

 

O SR. JOSÉ FREITAS: Muito obrigado pela intervenção.

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro José Freitas, quero também cumprimentá-lo pelo trabalho que fez à frente da nossa Secretaria de Segurança, nós fomos colegas nesse período, eu, lá no Urbanismo, e o amigo, na Secretaria de Segurança. Quero cumprimentar, em seu nome, a Guarda Municipal, esses valorosos servidores. Ainda ontem eu caminhava nas imediações do Parcão, e estavam os nossos guardas municipais ali prestando esse serviço essencial. Mais uma vez o que eu vejo nas dificuldades da Guarda Municipal, nas dificuldades que eu tinha no Urbanismo, que os outros Secretários testemunham, e os Vereadores também dão o mesmo testemunho, é que a lógica brasileira está invertida: na pirâmide brasileira, deveríamos ter a maior parte dos recursos nos Municípios, depois a segunda parte nos Estados e, por último, na União. E acontece o contrário, por isso nós temos essa enorme dificuldade. Acho que a Guarda tem que ser valorizada, tem que, inclusive, incrementar o seu papel, cooperando com uma melhor segurança pública, que, de fato, é o maior problema que as nossas cidades no Brasil vivem nos dias de hoje. Parabéns, mais uma vez, pelo teu trabalho.

 

O SR. JOSÉ FREITAS: Obrigado pela participação. A realidade, para finalizar, que, apesar de serem poucos os agentes da Guarda Municipal, são homens e mulheres valorosos que estão ajudando, dia a dia, na segurança pública.

Eu quero desejar também sucesso para meu colega Coronel Fraga, que ficou no meu lugar, à frente da SMSEG. Agradeço a todos vocês e coloco-me à disposição no meu gabinete, continuando o projeto do nosso Governo Municipal. Um abraço a todos do tamanho do Rio Grande!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Prof. Alex Fraga.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas. Eu queria cumprimentar os nossos ativistas do Conselho Municipal de Educação, os lutadores, entidades que lutam em defesa da educação pública que estão presentes aqui conosco. Substituo o nosso Ver. Prof. Alex, justamente ele tem sido um dos Vereadores que tem desenvolvido a luta, para que este projeto enviado à Câmara de Vereadores contemple os ativistas em educação e que, de fato, seja um projeto capaz de garantir a melhoria do Conselho Municipal de Educação conforme as vontades do povo e não conforme as vontades do Governo.

Eu quero começar o meu pronunciamento, aqui hoje, nesta tribuna, reafirmando uma convicção que eu trouxe, há muitos meses, à tribuna da Câmara Municipal sobre a necessidade imediata de chamar o povo a participar nesta situação de crise política e de crise econômica. Nós estamos defendendo eleições gerais porque evidentemente estamos atravessando um período bastante complicado na história da política brasileira. As repercussões da crise econômica mundial chegaram com força no nosso País, e os governos estão atacando a população, retirando direitos, arrochando o funcionalismo. É o pior índice de desemprego em 20 anos da história recente do nosso País. E muito embora nós tenhamos tido sempre uma posição independente, tenhamos criticado pela esquerda o Governo do Partido dos Trabalhadores e o Governo da Presidente Dilma por ter cometido um verdadeiro estelionato com as milhões de pessoas que votaram nela para presidente, porque nós não aceitamos uma política de arrocho; muito embora, ao longo dos últimos 12 anos, estejamos fazendo uma oposição sincera, honesta e contundente nas ruas e nunca tenhamos ocupado nenhum cargo em comissão do Governo, nós não aceitamos um golpe institucional comandado ontem pelo Eduardo Cunha, no Congresso Nacional. Nós não aceitamos que o Vice-Presidente, tão ilegítimo, que não aparece nem com 1% das intenções de voto e que não é sequer conhecido da população, assuma o poder a partir de eleições diretas e transforme o Eduardo Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal, que está envolvido em todos os escândalos de corrupção da história recente, na lista de Furnas, na lista da Odebrecht, na Panama Papers, na corrupção da Lava Jato seja Vice-Presidente da República. Nós não aceitamos um Congresso extremamente corrompido em que gente indiciada pela Lava Jato teve a cara de pau de ir à tribuna dizer que votava pelo impeachment, contra a corrupção. E eu coloco contra a corrupção entre aspas, porque na verdade eles querem afastar a Dilma para abafar a Lava Jato junto com Temer e Cunha. É muita demagogia! Foi muita cara de pau num momento sério da política brasileira. Não vou nem comentar as intervenções que pareciam, muitas vezes, que não estavam no Congresso, e sim num show da Xuxa.

Eu quero, de fato, falar da ilegitimidade, dessa manobra das elites articuladas para abafar as investigações, fazer a reforma trabalhista, tirando os direitos dos trabalhadores, fazer a reforma da previdência, que a Dilma já havia começado, arrochar o salário mínimo, privatizar, com todas as manobras de gente que, até ontem, esteve no governo; gente que governou 12 anos junto com a Dilma, com benesses, com cargos, e que, ao mesmo tempo, é parte desta construção, deste verdadeiro golpe institucional dado e comandado por Cunha e Temer.

Eu reafirmei sempre a nossa posição de esquerda ao Governo da Dilma e à ilegitimidade desse Governo, e estou cada vez mais convencida de que o Brasil precisa viver um momento de Diretas Já, Eleições Gerais Já, para que o povo decida, e não um Congresso corrupto.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Ver. Cassio Trogildo; demais Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste; faço uma saudação especial aos jovens que estão nas galerias, provavelmente de uma escola, e às moças e senhoritas presentes.

De fato, Villela, eu estava aguardando o momento para publicar aquela nossa foto, e, ontem, particularmente – não quero me aprofundar muito para poder voltar para o assunto que eu gostaria de tratar –, foi um dos momentos que mais eu parei para pensar: “O que eu estou fazendo aqui?”, no sentido de que eu fui ativista do movimento estudantil desde os meus 13 anos. Foi um dos momentos de maior vergonha, constrangimento e lamentação que eu tive. Sabes quando tu te dás conta de que o que estás fazendo está tudo errado?

Eu costumo dizer que, independente da posição que estava sendo defendida ontem e das consequências do que vai acontecer, mas o quão ficou configurado o que representa a política brasileira hoje no País. Aquilo ali é um termômetro do povo, e eu acho que os jovens que estão escutando têm que saber isso. Prof. George, o senhor me conheceu nas salas de aula há alguns anos, e o senhor sabe o quanto eu era apaixonado – lembra? Eu entrava vibrante, com os olhos brilhando. Infelizmente, eu tenho vergonha de ver um Congresso Nacional daquele nível, daquele padrão, com o acumulado de ladrões, de gente corrupta, de gente chinela - chinela! Sabe, gente que eu teria vergonha de cumprimentar na rua; gente com quem eu teria vergonha de sentar num bar para conversar por cinco minutos! Lamentavelmente, essa é a política. O que eu posso falar para vocês hoje é que eu tenho profunda vergonha de ver o Congresso Nacional como está. E eu digo para vocês: não deixem de acreditar no que o pai e a mãe ensinam a vocês. Porque aquela falta de caráter, aquela falta de princípios ninguém aprendeu quando chegou lá, viram? Aquela falta de vergonha que vocês viram ontem no Congresso Nacional não foi aprendida lá e nem em Partido político. Podem ter aprimorado, mas o caráter vem de casa, vem da educação, vem da formação inicial. Não tenho dúvida nenhuma disso. Porque uma pessoa com valores e princípios não tem preço.

Queria também falar que estou apresentando talvez um dos projetos mais polêmicos, Prof. George, que eu poderia apresentar, justamente para chamar a atenção, sim, para um tema que eu quero convidar os jovens, os adultos, as senhoras, os senhores, os professores a se preocuparem com quem não tem voz e não tem vez para expressar o que sente, que são os animais. Todo mundo aqui pode falar o que sente, se está com medo, se não quer entrar naquela rua, se está com fome, se está com frio, pode pedir um agasalho para a mãe. Temos diversas lutas a fazer, mas os animais estão trancados dentro de si, sem voz para falar, e precisam muito da sensibilidade e do coração de vocês. Por ter visto muito estupro, muito assassinato, muito atropelamento – e não foi um, nem dois, foram centenas -, eu apresentei, Prof. George, com o maior orgulho, um projeto que seguramente vai ter gente para questionar, que é o projeto da coleira eletrônica. O indivíduo que estuprou, que matou um animal eu quero que, assim como aquele indivíduo que é monitorado pela Susepe com tornozeleira, porque está na condicional, ande com uma coleira eletrônica para ficar explícito e público o que ele causou a um animal, que não pode recorrer a ninguém. Porque hoje se vocês virem um animal sendo estuprado, sendo assassinado - e faço esse convite a quem achar que esse projeto não tem valor -, quero que vocês liguem e tentem acionar seja quem for para que chegue a tempo de barrar esse absurdo. Não vão conseguir! É um em um milhão; não se consegue pegar um indivíduo que causa uma zoofilia, um indivíduo que assassina um animal. Posso garantir a vocês que passou por estas mãos milhares de animais estuprados, espancados, assassinados e atropelados. De 100 atropelamentos de animais, 100 não param porque não tem lei que fiscalize. Lamentavelmente, essas leis não chegam, na prática, na vida de um animal. Então, sim, nós vamos levantar essa discussão com a coleira eletrônica porque hoje um animal que é atropelado acaba morrendo por não ter socorro. Eu resgatei animais de 3, 5 dias, 2 semanas atropelados com a coluna, com o fêmur fraturados. O indivíduo que estuprar um animal, o indivíduo que matar animal, tem que andar com uma coleira eletrônica para se constranger perante toda a sociedade e ser identificado pela sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero abordar dois assuntos. Um a respeito da homenagem ao Exército Brasileiro. Nós ganhamos educação em casa, junto com nossos familiares, com nossos pais, e na juventude a gente vai para o Exército, que é educação também, que é o respeito, que é o companheirismo. Quando eu disse que talvez disso esteja precisando o ser humano - não só o brasileiro -, é dessa compreensão, dessas atitudes de respeito e companheirismo. Talvez seja por isso que o nosso mundo esteja caminhando para um abismo muito grande. Oxalá isso possa ser mudado! Quando eu cumprimento a todo o Exército Brasileiro, é também pela educação que ganhei ali dentro. Saindo do Exército Brasileiro, exemplifico com o futebol, onde também existem regras, existe respeito, porque lá dentro, se não cumprir, existe um árbitro que pune com cartão amarelo ou cartão vermelho. Tudo isso que passei na minha vida foram coisas maravilhosas, e isso tudo vai resultar num cidadão equilibrado, aquele cidadão que sabe respeitar, que sabe dividir, que tem esse companheirismo, isso a gente adquire dentro dessas três instituições que disse: a família, o Exército e o futebol, que complementou tudo isso. Hoje estou aqui, como Vereador, tentando respeitar todas as regras que nos impõem, Ver. Villela; respeito todas, voto com o meu povo, porque o voto é de cada um de nós, é do coração; o voto não é por A ou por B, o voto é por um país, por uma juventude que virá ocupar este País, assim como meu pai que tentou deixar o melhor possível para nós. E nós temos a obrigação de deixar o melhor para as outras gerações que virão. Então, esse é o meu compromisso com meu País, como cidadão, com meus companheiros, com meus colegas. E dizer, Ver. Idenir Cecchim, que estou muito preocupado - outro dia estivemos conversando -, ali na Medianeira, na Rua Eurico Lara, onde foi meu sonho de construir uma casa desse grande ídolo, Eurico Lara, que foi um dos maiores goleiros do Grêmio Football Porto-Alegrense. Ali, depois, Ver. Idenir Cecchim, o Estádio Olímpico foi abandonado, aquilo ali está uma praça de guerra. Essa é a verdade. Eu tenho os meus filhos, tenho muitos amigos que moram naquela rua – que já falaram contigo também – e que estão muito preocupados, porque não tem hora, é de dia, é à noite, é de manhã. É uma preocupação muito grande, Adeli.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vamos fazer uma carta conjunta com essa demanda. Eu assino junto.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: A gente chegou a um momento, Cecchim, porque é um bairro tão querido, um bairro tão lindo, ao lado do Estádio Olímpico, que foi abandonado. Não vou entrar no mérito porque foi abandonado. Mas eu acho isso uma covardia largar um bairro tão bonito, um morro tão bonito, para deixar essa loucura que está nossa Cidade, as nossas ruas, as nossas vilas. Acho que chegou o momento de nós interferirmos e darmos segurança a esse povo, para que tenha a tranquilidade de sair, de ir e vir do seu trabalho. Essa é outra reivindicação minha muito grande, não só por ter familiares ali, não só por ter uma casa ali na Medianeira, mas, sim, por muitos amigos, muita gente que mora ali, que têm reclamado muito e têm pedido para ajudarmos. E nós, como Vereadores, estamos aqui para fiscalizar e ajudar o povo a ter tranquilidade para ir e vir. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Registro a presença dos 18 alunos do Grupo Dimed, do Projeto Pescar, acompanhados pelas professoras Aline Vieira e Raquel Santiago.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, solicitando retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLE nº 010/16.

Apregoo ofício do Sr. José Fortunati, Prefeito (Lê.): “Senhor Presidente: Cumprimentando-o cordialmente, comunico a Vossa Excelência e demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que deverei ausentar-me do Município das 07h53min às 18h01min do dia 20.04.2016, ocasião em que manterei Agenda com o Arquiteto Jaime Lerner para tratar do projeto da Orla 1, em Curitiba, Paraná. O ônus para o Executivo Municipal será de uma passagem aérea POA/Curitiba/POA, e a cessão de ½ (meia) diária. Atenciosamente, Prefeito José Fortunati.”

Apregoo o Memorando nº 070/16, de autoria da Ver.ª Jussara Cony, nos termos do art. 227, §§ 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a sua participação na reunião extraordinária do Concidades/RS, no Centro Administrativo do Estado, no dia 20 de abril de 2016, às 14h.

A Ver.ª Jussara Cony solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 06 de abril de 2016.

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, cidadãos e cidadãs que vêm à nossa Casa, público que nos acompanha pela TVCâmara; nós vivemos, hoje, um dos dias mais importantes da história do Brasil, e, por incrível que pareça, essa importância ainda não havia ecoado dentro do Parlamento Municipal. Aliás, ecoou negativamente, desculpe-me o Ver. Maroni, com todo carinho e respeito que tenho por ele, mas eu discordo frontalmente. Eu acho que ontem o Congresso Brasileiro se redimiu. E vou dizer mais, aqueles que falam que é golpe, são 90 milhões de votos no Congresso Brasileiro. Os Deputados, representantes, representantes das mais diferentes vertentes da cultura e da realidade política e social brasileira – de igreja, sim, e de movimentos de esquerda, sim. O que é o Congresso Nacional? O Congresso Nacional é uma sala de espelhos, reflete exatamente o que é a realidade do nosso País. Pode não representar a Ver.ª Sofia e alguns outros; aliás, o que acabou representando a Presidente Dilma foram 137 Deputados, Vereadores. São... Por favor...

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: O senhor quer vir aqui à tribuna? É a democracia, tem que se eleger. Por favor, só me deem o direito de falar e desenvolver o meu raciocínio com tranquilidade. O Ver. Comassetto, como sempre, estimulando lá atrás. Aliás, eu queria saber do Ver. Comassetto a sua declaração em relação às questões da Odebrecht. É por isso que caiu o Governo do PT, ontem, por essa relação promíscua empreiteiras/política, por isso! Porque o povo brasileiro, através do seu Congresso, disse “basta”, “chega”, “não queremos mais!" Falam dos evangélicos, mas qual é o problema? No lugar mais pobre, mais miserável do nosso País, tem lá uma igrejinha evangélica e as pessoas pregando virtudes...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Vocês perderam ontem! As pessoas pregando virtudes, as pessoas tirando as outras do desespero, é isso que os pastores estão falando. Mas dizem assim: “Não podemos misturar política com religião, o estado é laico”, mas isso para aqueles que querem pintar a nossa bandeira de vermelho! A religião, nesse aspecto, Ver. Cecchim, só traz virtudes. O que traz de ruim, Ver. Tarciso, falarmos dos valores da família? Ofende a quem? A quem não quer família, a quem não respeita seus pais, a quem não valoriza seus filhos? Qual é o problema em se falar dos valores da família? Qual é o problema de se pensar em conservadorismo? Qual é o problema? Onde isso, na história da humanidade, afligiu ou fez mal a alguém? Ao contrário: quando nós puxamos, estendemos, distendemos a sociedade brasileira para um lado em que ela não queria ir – e ontem ficou evidente que a sociedade não queria ir –, aí, sim, é que nós geramos, no seio da sociedade, tensões, conflitos, enfrentamentos que, de fato, não se gostaria e não se quer. Eu acho que, se o Cunha tem problemas, e tem, e ninguém diz que não tem, ele deve ser cassado e seguir o se destino. Perto das coisas que nós vimos, o Lula sendo gravado, e a gravação sendo divulgada, o Cunha está no Juizado de Pequenas Causas! (Vaias.) O que foi subtraído de dentro do Palácio... Aqui nós temos a militância petista mais uma vez. Aqui nós temos a militância petista! É isso mesmo, celebrem, mas a sociedade brasileira é muito maior! E a sociedade brasileira ontem disse: “Não! Basta! Venezuela não é aqui!” Nós queremos outros valores, nós defendemos outros princípios, e o Congresso brasileiro, por mais de trezentos e setenta votos, disse isso majoritariamente. Eles representam 90 milhões de eleitores brasileiros! Não é pouco gente!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Pode não representar, mas o Congresso representa 90 milhões de brasileiros, representa majoritariamente a vontade do nosso País, daqueles que querem caminhar por um sistema que respeite a propriedade, que respeite o direito do outro, que trabalhe com liberdade, que trabalhe...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.) (Palmas.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: ...que defenda, Sr. Presidente, o empreendedorismo, que defenda menos tributo, que defenda menos peleguismo e que defenda menos sindicatos que sugam do contribuinte para atender somente às necessidades daqueles que, por sua vez, alimentam outros partidos que dão sustentação.

O círculo foi o seguinte: pegou a empreiteira, fez R$ 117 bilhões de superávit, deu dinheiro para as empreiteiras que deram dinheiro para os políticos que estão ligados a sindicatos que sustentam, por sua vez, esses políticos! Isso tudo caiu ontem! Não é o seu caso, Ver. Janta, não é o caso do seu sindicato, que trabalha na perspectiva da economia de mercado, que sabe que é importante ter emprego, ter renda, que sabe que é importante valorizar o empreendedor, mas não esses outros que, na verdade, querem construir ou querem editar aqui um sistema que a própria história já se encarregou de...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu acho que comparar o Congresso Nacional com o espelho é a mesma coisa que comparar o espelho com uma colher, em que alguém vai tentar se olhar e vai ver uma imagem extremamente distorcida. Eu me inscrevi porque me incomodou profundamente, como brasileira, ouvir que um Congresso é a representação política da composição da nossa Nação. No Congresso, entre os 513 deputados, só 9% são mulheres, num País em que 51% da população são mulheres; no Congresso, entre os 513 deputados, 0,3% são negros, num País que tem 50% de população negra; num País como o Brasil, que tem milhões de LGBTs – nós não temos estatísticas graças a mentalidades como a do reacionário Ver. Valter Nagelstein, que não fazem com que as políticas públicas avancem a ponto de ter essa estatística –, nós temos apenas um LGBT declarado no Congresso brasileiro. Quando nós temos, na sociedade, uma ampla maioria, por exemplo, de professores, de trabalhadores, temos 40% vinculados a ruralistas no Congresso Nacional, que não representam nem 0,1% da população. Então comparar essa representação mediada com poder econômico, vinculada a uma lógica do poder político, dos milhões surrupiados do povo, das propinas que foram tiradas da Petrobras, por exemplo, mas que não só drenaram o PT, também drenaram o PMDB, do Ver. Valter Nagelstein, drenaram o PP, o partido mais citado na Lava Jato... Então essa falta de vergonha na cara de vir aqui dizer que é contra a corrupção e, ao mesmo tempo, ser parte de um dos partidos mais corruptos da história do Brasil me incomoda profundamente. E acho mais: tem gente que não consegue ouvir os discursos, mas eu tenho muita tranquilidade, porque a minha democracia não é a democracia do aplauso.

Quero concluir dizendo que nós defendemos todas as famílias, e isso é o que nos diferencia. Nós defendemos todas as famílias em que impera o amor. Defendemos que todos têm o direito de ter as suas religiões, mas o Estado não pode ter religião nenhuma para permitir que avance, sim, uma concepção do Estado laico. Nós defendemos, sim, que é necessário aprofundar as investigações da Lava Jato, mas nós não vamos apoiar um golpe institucional para fazer com que essas investigações acabem, permitindo que o Temer e o Cunha saiam livres, permitindo que o Aécio, que é mais citado que muitos nas investigações da Lava Jato, não seja investigado; permitindo que o Renan Calheiros siga presidindo o Senado. Nós não vamos aceitar a tentativa de abafar a Lava Jato, como alguns querem construir um bloco de poder articulado entre Temer, Cunha e PSDB, um bloco de poder que não representa a população brasileira. E nós não temos nenhum problema de criticar o governo do PT, que, aliás, durante muito tempo, no auge da popularidade do Lula – e a Sofia vai lembrar –, o PSOL era um dos únicos partidos que criticava pela esquerda o governo do PT, enquanto muitos, agora, fazem de conta que são contra a corrupção, vinham aqui na tribuna defender os seus cargos no Governo Federal; vinham aqui na tribuna defender os seus ministérios, lá no Governo Federal; vinham reivindicar os ataques que muitas vezes foram promovidos. Mas esse modelo de governabilidade já mostrou ao que veio. E nós alertamos, há doze anos, quando o Lula, o PT e sua direção quiseram governar com as elites brasileiras; quando quiseram governar com o PMDB; quando quiseram governar com o PP. Nós alertamos que quem diz que governa para todos está mentindo para alguém. E os banqueiros ganharam; os grandes empresários ganharam; as empreiteiras ganharam. Mas agora um setor dessas elites resolveu apoiar esse golpe institucional.

E nós que fizemos oposição de esquerda, programática, que defendemos eleições gerais, e que temos muita coerência para criticar o Governo da Dilma, do Lula e de tantos outros, na tribuna, nós viemos dizer que não aceitamos demagogia, nem moral de cueca. Moral de cueca de gente com partidos envolvidos até o último fio de cabelo na Lava Jato. Se o que o Eduardo Cunha roubou é fichinha, eu gostaria que explicassem para o povo brasileiro os R$ 52 milhões pagos de propina de três empreiteiras, em nove prestações, para o povo brasileiro, quando as creches não têm dinheiro para financiar e garantir educação infantil para todos os porto-alegrenses. Eu quero que expliquem a vida de luxo, das benesses em Paris de Eduardo Cunha, para quem sofre nas filas de saúde do SUS. Eu quero que expliquem que esse golpe institucional, de ontem, foi para promover o ataque ao salário mínimo, à CLT, e à reforma da previdência, não passarão, e a nossa disputa seguirá sendo nas ruas e em todos os espaços para defender um programa para os trabalhadores e para a juventude, e contra os demagogos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o meu partido não abraça mãe, não abraça tia, não abraça avó; os 16 Deputados do meu Partido justificaram o seu voto porque nós, desde o ano passado, estamos defendendo o impeachment. Criamos o Solidariedade porque, nos partidos em que nos encontrávamos, já dizíamos que este Governo, que iniciou demitindo 320 mil trabalhadores de bingo, virou as costas para os trabalhadores. Este Governo que hoje reclama dos evangélicos, reclama do PP, reclama do PMDB, reclama do PR, reclama do PRB, reclama do PSD, reclama do PROS, este Governo escolheu seus aliados. Este Governo que reclama de traição não pode reclamar de nós, trabalhadores. Nós é que fomos traídos por este Governo, nós fomos traídos por este partido quando demitiu 320 mil trabalhadores de bingo quando foram pegos o Cachoeira e o Zé Dirceu mamando na teta, explorando os trabalhadores, explorando os donos de bingo. Lá se iniciou e veio à tona a primeira corrupção deste Governo. O primeiro ato do Governo qual foi? Fechar os bingos em vez de punir o Cachoeira, e aí seguiram-se o Correios, o Mensalão, e sempre os trabalhadores pagando as contas. Está lá o Correios sendo preparado para ser privatizado. Não é à toa que está lá a CPI dos Fundos de Pensão, todos quebrados, porque sugaram, arrasaram e acabaram com os Fundos de Pensão, não só dos Correios, mas também do Banco do Brasil, da Petrobras, acabaram com todos os Fundos de Pensão que havia. Este Governo que não resolveu o primeiro Fundo de Pensão que foi destruído, que era o dos funcionários da Varig. Este Governo que deu o primeiro golpe nos trabalhadores quando se comprometeu a reduzir a jornada de trabalho. Em 13 anos não reduziu essa jornada em um minuto, em um segundo! Quem deu o golpe nos trabalhadores? Este Governo que escolheu o sistema financeiro como seu aliado. Este Governo que traiu a indústria nacional e que demitiu 10 milhões de trabalhadores. Esses 10 milhões de trabalhadores estão na rua, sem carteira assinada. Este Governo que, antes de demitir 10 milhões de trabalhadores, editou duas medidas provisórias, a MP nº 664 e a MP nº 665, as quais acabam com o seguro desemprego. Este Governo que sangrou o BNDES, dando dinheiro para países a fundo perdido que jamais serão recuperados pelo Brasil. Mas para uma pequena indústria nacional exige garantias que ela jamais conseguirá alcançar. Este Governo que aumentou a luz, o gás, do povo brasileiro; este Governo que sufoca o povo com uma inflação impagável. Quem deu e está dando o golpe? Quem ficou computando votos? Ontem, um líder de partido renunciou, na tribuna do Congresso Nacional, porque se sentiu traído? Quem governou com esse grupo desde o início? Quem escolheu os seus aliados? Foi este Governo. Diga-me com quem andas que direi quem és. Quem ficou fazendo chantagem com o Eduardo Cunha? Quem o promoveu a Presidente da Câmara dos Deputados, botando um candidato fraco a concorrer com ele, quem? Por que não colocaram um candidato de verdade para concorrer com o Eduardo Cunha? Quem fez o jogo? Quem loteou ministérios? Quem? O Solidariedade e seus 14 Deputados, que justificaram e jogaram limpo, desde o início, dizendo que queríamos o impeachment da Presidente Dilma Rousseff? Todas as vezes que subi na tribuna, justifiquei porque queria o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. E, em nenhuma delas, vim pregar golpe. Eu não tenho malvado nem ladrão favorito, para mim, todos os ladrões têm de sair, todos eles, independentemente de partido. Todas as acusações que fazem contra nós, somos absolvidos de todas elas! Podem vir com mais! Podem vir com mais, porque nós não fizemos nada de errado. Nós estamos na defesa do povo brasileiro, nós estamos na defesa dos trabalhadores quando tiram o direito deles. Isso começou, volto a dizer, quando demitiram 320 mil trabalhadores, deixaram à mercê 320 mil trabalhadores e vêm deixando à mercê dez milhões de trabalhadores, pois estão saqueando e destruindo o Fundo de Garantia. Eu estou falando do que eu conheço, do que eu sei, do que eu faço há 30 anos, eu não estou inventando a roda...

 

O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio Janta, eu quero parabenizá-lo pelo depoimento. Na verdade, V. Exa. traz o depoimento de um trabalhador, de uma pessoa que está vendo as consequências nefastas à economia que este Governo está trazendo. A terceirização estremada, com escravidão, é uma coisa que nós temos acompanhado, principalmente com esses profissionais que vêm da área da saúde; uma completa criminalização de alguns setores: começou com o Parlamento; depois, foi para os médicos; depois, passou para a imprensa, mas, quando chegou ao Judiciário, bom, aí o furo foi mais embaixo. Quero parabenizá-lo pelo pronunciamento e dizer que o meu sentimento sobre ontem foi de que o Parlamento se reencontrou com a brasilidade. Com todas as suas peculiaridades, com todas as suas maneiras regionais, com toda a simplicidade de alguns Deputados, que representam, efetivamente, parte da população brasileira, o Parlamento, ontem, dignificou o termo “Parlamento”, dignificou o que se tem de mais importante no Parlamento, que é a independência. Parlamentos comprados, nós não podemos mais dizer, em hipótese nenhuma, a imprensa não pode mais dizer que tem um Parlamento comprado, porque o Parlamento ontem dignificou a sua independência. Parabéns pelo seu pronunciamento!

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Dr. Thiago. Outra coisa que eu quero lembrar aqui: esse processo de impeachment, ele passou pela mais alta corte deste País. A mais alta corte, cujos membros, Ver. Tarciso, foram indicados pelo atual Governo! O atual Governo indicou a maioria dos Ministros que estão na alta corte, e essa alta corte brasileira disse que esse processo do impeachment é legal; essa alta corte brasileira disse que o processo que está circulando na Câmara dos Deputados hoje e que circulou ontem, e está sendo encaminhado para o Senado, tinha que ter esse ritmo, tinha que ter esse tipo de processo. Então, essa alta corte brasileira poderia dizer que era ilegal. Mas esse Governo tentou, com várias ações, barrar o processo de impeachment, essa alta corte disse que o processo era legal. Este Governo que vetou o fim do fator previdenciário, este Governo que vetou a tabela de correção do Imposto de Renda, e hoje quem ganha R$ 1.800 paga imposto de renda! Esse é o grande golpe que foi dado no povo brasileiro, esse é o grande golpe que foi dado nos trabalhadores brasileiros, por isso os trabalhadores estavam nas ruas, por isso os trabalhadores estão pedindo o afastamento da Presidente Dilma. Agora, nunca se esqueçam, a chapa da Presidente Dilma tem como Vice-Presidente o Michel Temer, por isso ele assumirá a presidência da República; ele estava junto quando foi pedido o voto para a Dilma, e não foi apenas uma vez que pediram voto para o Temer, foi mais de uma vez! E quando foram pedir voto lá no palanque da Dilma, no Rio de Janeiro, estava junto o Eduardo Cunha, estavam junto os Deputados evangélicos, como em Minas Gerais, aqui no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. Estavam lá, juntos, aqueles Deputados que vocês disseram que ontem traíram, mas foi a escolha que vocês fizeram: estar junto com eles. Agora, eles escolheram o caminho das ruas, que falam mais alto, o povo fala mais alto, esse povo que está procurando emprego, esse povo que teve vetado o fator previdenciário, esse povo que teve vetado a correção da tabela do imposto de renda; esses pescadores que tiveram a medida provisória que tirou o seu Seguro Defesa.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Janta, cumprimentos pela postura e pelo enredo do seu discurso. O senhor disse uma verdade importante neste momento: para aqueles que dizem que o Temer não teve nenhum voto, ele teve a mesma quantidade de votos da Dilma como Vice, e o Vice está aí para substituir a Presidente. Eu não votei nessa chapa! Eu não votei nessa chapa! Eu não estava junto com o Eduardo Cunha, nem no Rio de Janeiro ou em algum outro lugar do Brasil. Ele era muito bom, ele só deixou de ser bom quando brigaram por causa do dinheiro. A gangue brigou por causa de dinheiro e um ficou denunciando o outro. Foi isso que aconteceu. E eu espero, sinceramente, a partir do episódio de ontem, que o Supremo Tribunal Federal ajude a lotar o espaço que falta lotar na cadeira: está 90% lotada com o PT, e eu espero que os 10% dos outros corruptos lotem esse Complexo Penitenciário da Papuda. Obrigado.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar o Ver. Janta e dizer que a sua fala é muito importante, porque ela fixa um ponto que desconstrói a narrativa petista, de que esse é um golpe dado pelas elites. Primeiro, que não é golpe! Todos nós sabemos, pelo que V. Exa. está dizendo, pelo que o STF já disse, porque o Congresso é a instância e o impeachment é o instrumento. Segundo, porque V. Exa., como líder sindical, representa uma parcela importantíssima dos trabalhadores. E são esses trabalhadores que V. Exa. fala, juntamente com todos os brasileiros, todas as casas do nosso País, todas as casas do bairro onde eu moro e de todos os bairros, que ontem à noite, às onze e pouco, quando foi, enfim, lido o resultado da votação do Congresso Nacional, festejaram, porque foi, sim, a vontade e a voz das ruas que prevaleceu. Parabéns.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Clàudio Janta. Vou aproveitar o seu espaço para fazer a minha manifestação. Primeiramente, quero lhe agradecer pelo tempo. Mas o que restou para este Vereador, ontem, acompanhando a votação, foi uma triste imagem do nosso Congresso. O nível dos nossos Deputados é lamentável. Os motivos, as justificativas que levaram eles a votar de um lado ou de outro... Teve gente que votou até por conta do filho que não nasceu ainda, do neto que não nasceu. Meu Deus do céu! É lamentável o nível do nosso Congresso Nacional. Parabéns, Vereador. Obrigado.

 

A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Janta, quero cumprimentá-lo pela sua fala e dizer que isso sirva de exemplo, exemplo para nós que estamos na política, para os futuros que entrarão, para que não façam tantas pedaladas, que não descumpram as leis, porque o futuro se sabe, é lá no grupo do Sérgio Moro.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado. Nós temos certeza que nós votamos ontem pelo aumento dos remédios, pelo aumento da luz, pelo aumento do combustível, pelas pedaladas fiscais, pelo desvio na Petrobras, pela responsabilidade econômica, principalmente pela inflação, pelos repasses, pelos empréstimos do BNDES sem garantia nenhuma, pelos 10 milhões de desempregados, pelas Medidas Provisórias nº 664 e nº 665, pelo veto ao Fator Previdenciário, pelo Imposto de Renda, pelos trabalhadores brasileiros que estão vendo seu Fundo de Garantia ser destruído, golpeado pelo Governo, e, principalmente, pelas mulheres que vão perder seu direito à aposentadoria – agora tem um projeto acabando com a aposentadoria das mulheres.

Com muita força, fé e solidariedade, este Brasil vai ser entregue aos brasileiros. Com certeza, qualquer corrupto que tiver ocupando cargo de Governo - o partido Solidariedade votará par tirar este Governo corrupto. Obrigado ao Ver. João Bosco Vaz que me concedeu este tempo. Tenho certeza de que o Ver. João Bosco concorda com algumas das palavras ditas aqui e as divide comigo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Cassio Trogildo, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, não posso dizer que estou alegre, mas, sim, que estou aliviado. Não gosto do fim melancólico de um mandato presidencial, ainda que o impedimento de continuar seja causado por não ter sabido corresponder à confiança do povo que lhe deu seu voto. Sempre esperei, embora sem convicção, que os Governos da República dos últimos 13 anos me surpreendessem e realizassem os anseios nacionais.

Infelizmente isso não aconteceu. Não só as necessidades do povo não foram atendidas como foram agravadas pela má administração realizada. Pior do que isso, a corrupção correu franca e livre, sendo usados recursos públicos, o dinheiro do povo, para enriquecimento de parceiros e apaniguados, inclusive de Governos do grupo bolivariano. A frustração foi grande, mas, ultrapassados todos os limites da tolerância, a paciência acabou se esgotando, e foi necessário o uso de recursos constitucionais para dar um basta. Ainda assim, não estou alegre, apenas aliviado. Por outro lado, estou orgulhoso da forma como se comportou o povo, antes, durante e após a votação. Embora estimulada pelo Governo da República, não ocorreu uma cisão nacional. Fruto da própria consciência política, as comemorações pela vitória foram moderadas, mais de alívio, como é o meu caso, do que pela derrota dos oponentes. O que se viu foi a coesão em torno de um objetivo, que é o famoso bem comum, que é o bem do Brasil e de seu povo.

Também estou orgulhoso da Bancada Gaúcha, ressalvada a dos partidos de esquerda, mas em especial a Bancada do Partido Progressista do Rio Grande do Sul, por sua postura coesa, firme e inabalável, a favor da admissibilidade do processo de impedimento. Chamou-me a atenção, nas muitas manifestações de deputados, antes de declararem seus votos, o desejo que manifestaram em defesa dos valores maiores, em especial a família e a dignidade da pessoa humana, no caso a dignidade do povo brasileiro. O Brasil reassumiu, publicamente, uma posição ética à altura de suas tradições e de sua formação cristã. E isso, sim, é motivo de alegria. Isso, sim, é motivo de esperança, meu caro Paulinho, que aqui nos ouve atentamente. Isso, sim, faz valer a pena o nosso trabalho e nosso empenho político em favor do bem comum.

Passemos, agora, a um outro tema. Dei entrada no protocolo, esta semana, de um Projeto de Resolução que cria a Frente Parlamentar para Melhoria do Trânsito – Frentrânsito. Todos os Vereadores sabem que Porto Alegre precisa melhorar o seu trânsito, com urgência. Sabemos todos, também, que a Cidade conta, em sua estrutura administrativa, com a Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC, desde 1998, que visa exatamente à regulação e fiscalização das atividades relacionadas com o trânsito e os transportes no Município de Porto Alegre. O fato, porém, é que a realidade do trânsito de Porto Alegre é crítica e as causas desse problema são, na maioria, inteiramente conhecidas. Mas conhecer, apenas, não basta. Apesar de contarmos com um bem elaborado Plano Diretor de Mobilidade Urbana, os objetivos desse Plano estratégico só poderão ser alcançados se, para esse fim, o problema for encarado com uma visão sistêmica e com otimização de uso dos recursos existentes e possíveis. A Frentrânsito deverá ser um dos eficientes meios para, de forma catalítica, viabilizar um efeito sinérgico da conjunção de meios e esforços orientados para a obtenção de resultados já a curto e médio prazo.

Aproveito para convidar os colegas Vereadores que tenham interesse em participar da Frentrânsito e, desse modo, passar da crítica à ação colaborativa, que me deem seus nomes, para que eu possa providenciar a formação dessa Frente.

 

O Ver. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Desde já, quero me inscrever, quero participar, mas gostaríamos que nós fugíssemos dos lugares comuns, do debate infrutífero. Nós temos que estudar, de fato, como é a Cidade, por isso uma Frente é importante. Porto Alegre é uma Cidade de 1,5 milhão de habitantes, tem uma geografia complexa, tem seus funis, tem seus morros, tem seus encantos, e podemos fazer muitas coisas. Mas aqui não é a Europa nem os Estados Unidos, aqui não é uma cidade pequena, e dá para fazer o que a gente às vezes acha que é possível fazer. É preciso pensar nos 61% de idosos do Centro de Porto Alegre, que o mais importante para eles não é carro, não é ônibus, é calçada em condições. Pensar em uma Porto Alegre que precisa de transporte coletivo de massa, já que nós não temos o trem, temos que ter bons ônibus, etc. e tal. Que as pessoas chamadas ao debate não sejam as que eu sempre ouço em todos os lugares. Há muito mais pessoas que pensam. Inclusive, vou sugerir a V. Exa. algumas pessoas que são esquecidas na Cidade, porque nós somos useiros e vezeiros – nenhuma crítica a V. Exa., muito pelo contrário – de muitos de nós cairmos no lugar comum, convidar sempre os mesmos que não resolveram nenhum problema até hoje. Eu louvo o Loureiro da Silva pelas coisas que fez, não por estar aqui, mas sempre disse antes, vou dizer agora e direi no ano que vem, que o ex-Prefeito Villela, quando trabalhou os nossos corredores, trouxe uma contribuição impar para a cidade de Porto Alegre. E outros deveriam fazer coisas mais ousadas porque o mundo mudou e há novas tecnologias na área do transporte. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Há outro tema que desejo abordar, como vereador católico que sou. E faço isso pela sua oportunidade universal, com ênfase para o povo brasileiro, nesta retomada de consciência com relação aos valores tradicionais, humanos e cristãos. Trata-se da recente Encíclica "Amoris Laetitia": a beleza da família, escrita e apresentada ao mundo pelo Papa Francisco, na semana passada. A Amoris Laetitia contém toda a beleza e a complexidade da família, inclusive nos seus detalhes mais cinzas.

Faço questão de reforçar aqui o conceito de que a família é a matriz a partir da qual se constrói a sociedade. E a família, por sua vez, se constrói a partir do amor entre seus membros, que integra, engrandece, e tem o dom de construir e multiplicar.

Amoris Laetitia, que é a alegria do amor que se vive nas famílias, é também o júbilo da Igreja Cristã e Católica. Recomendo a leitura da Amoris Laetitia, que, ainda hoje estarei enviando por meio eletrônico a todos os Vereadores. E me permito sugerir uma reflexão ampla e profunda sobre os ensinamentos que contém, já que, como antes afirmei, têm caráter universal e são válidos para todas as confissões religiosas e, mesmo, para quem não segue nenhuma religião. Tenho certeza de que todos terão proveito disso, pessoal e familiarmente. Que Deus abençoe a todos.

 

O Sr. Engº Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, queria cumprimentá-lo e agradecer. O senhor sabe que sempre temos tido um debate muito franco, sincero e fraterno, mas nesse ponto nós temos acordo com a postura que o Papa Francisco está imprimindo hoje no mundo e na Igreja Católica. Ele enfrentou o tema da pedofilia na Igreja, o tema da corrupção no banco do Vaticano, tem enfrentado o tema, este ano, da Campanha da Fraternidade e do Meio Ambiente, dos recursos naturais que pertencem a toda a humanidade. E lá na Bolívia, ele lançou a Pachamama, ou seja, a defesa da Mãe-Terra como um patrimônio da humanidade. Então, quero lhe dizer que concordo com o senhor, o Papa Francisco vem revolucionando e construindo uma sociedade de paz e de diálogo. E é disso que nós precisamos cada vez mais. Muito obrigado, um grande abraço.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Engº Comassetto. Ainda hoje estará no seu e-mail o conteúdo dessa encíclica “Amoris laetitia”. Sr. Presidente, muito grato, Srs. Vereadores, muito grato pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o dia de hoje é de uma gravidade muito importante para a história brasileira. O dia de ontem, na verdade, mas as repercussões e as análises que devemos fazer jamais podem ser, pela opinião da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de festejo ou de ufanismo. O Brasil, na verdade, ficou envergonhado do seu Congresso Nacional. E por mais que não confessem, Ver. Engº Comassetto, Ver. Adeli e Ver. Sgarbossa, mesmo os que torcem pela saída da Dilma, que são da oposição, tenho certeza de que se envergonharam diante da postura da maioria dos Parlamentares na Câmara Federal, diante da forma vil, desrespeitosa, diante das dedicatórias que fizeram, porque nós tentávamos ouvir algo de compromisso republicano, de discussão sobre os destinos do País, e cada um dos Deputados homenageando a sua irmã, seu pai, filho, os seus votos, seus eleitores, num total descompromisso com os destinos deste País, evidenciando claramente que não votam com a responsabilidade do cargo em que estão investidos. Esse golpe – e para nós é golpe – envergonha o Brasil diante do mundo! E nós aqui cantávamos de tarde: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra!” Que vergonha nos deu quando esse processo de impeachment foi presidido por um Presidente que, mesmo os que votavam pelo impeachment, diziam: “Cunha, a tua hora vai chegar”. Muitos Deputados disseram: “Um corrupto ocupa a cadeira de Presidente desta Câmara”. Envergonha a desfaçatez, a frieza, o deboche, a ironia com que o Presidente Cunha – réu da Lava Jato – conduziu o processo de votação no dia de ontem, com que tem conduzido esse processo de impeachment, que só instalou no momento em que viu que o seu processo de impedimento, seu processo de cassação ia prosseguir na Câmara porque o PT divulgou seu voto pela continuidade do processo. Envergonha este Brasil que o Supremo Tribunal Federal seja conivente com a prisão coercitiva do Presidente Lula, ou defina, acolha imediatamente uma Liminar para ele não ser Ministro, ele, que não tem prova contra si! Enquanto que o Supremo Tribunal Federal não retira, não atende ou defere as Liminares solicitando a saída de Cunha da Presidência do Congresso Nacional, ele que está nas delações premiadas, recebendo milhões de propinas – milhões de propinas. E esses mesmos, que bradam e louvam o Sr. Eduardo Cunha, dizem que retiram a Presidenta por conta da corrupção, mas envergonha o Brasil que o Presidente da Câmara não tenha nenhuma imparcialidade, Presidente Cassio. E terminou a Sessão de ontem dizendo que acabou feira, que acabou o Governo, que ele vai assistir, que ele vai participar e torcer! Ele ria – ria! É um psicopata, porque ria diante da acusação grave que faziam os colegas, envergonhados de ele presidir aquela Sessão. Envergonha o Brasil que 34 Deputados – 34 Deputados – que votaram pelo impedimento da Presidente são comprometidos com corrupção, com improbidades administrativas, etc. Envergonha o Brasil que o Deputado Bolsonaro homenageie o Coronel Ustra e seja aplaudido pelos seus colegas, não bastando homenagear um torturador, ainda diz: “Eu homenageio porque foi o algoz da Presidenta Dilma!”. Presidenta Dilma, que é reconhecida mundialmente como honesta; Presidenta Dilma, que está nas capas dos jornais do mundo como uma Presidenta honesta, sendo impedida por corruptos. Ora! O Bolsonaro não tem seu mandato cassado porque esta não é a primeira vez que incita o ódio e apoia a violência como método...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o final do seu pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Eu encerro aqui dizendo que é ilegal e é golpe, porque o próprio Supremo Tribunal Federal determinou que os únicos fatos pelos quais a Presidente tem que ser avaliada são as ditas pedaladas e os decretos suplementares. Mas o que menos se falou ontem foi disso. E a mídia golpista reconhece - estava no editorial do jornal Zero Hora de sábado e de domingo e está no editorial de hoje: “Mais do que pedaladas, o que pesou os votos foram os erros do Governo, a crise econômica e suspeita de corrupção”. Pois os brasileiros estão indignados com a corrupção e com a crise econômica. Eu quero encerrar dizendo que é ilegal, portanto, o processo de impeachment, porque nós não estamos num parlamentarismo; estamos num presidencialismo e não há base constitucional para cassar esta Presidenta que é honesta.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, companheiros e companheiras que estão aqui esperando e assistindo esta Sessão na busca da votação de um projeto importante de extensão do Conselho Municipal. Eu quero, em nome do meu Partido, o PCdoB, antes de mais nada, reafirmar, pela nossa Liderança, sobre o espírito golpista de ontem no Congresso Nacional. O Congresso Nacional foi tomado, de assalto, por um espírito de golpe, por um espírito contra a Nação brasileira, contra o povo brasileiro. O Congresso Nacional, ontem, mais especificamente a Câmara Federal, envergonhou a Nação não só dentro do Brasil; envergonhou a Nação internacionalmente. Agora nós precisamos de muita unidade, de muita amplitude e de muita luta para barrar o golpe no Senado, porque esta luta não acabou.

O PCdoB, meu partido, continuará como sempre fez, ao longo dos seus 94 anos e neste episódio de agora, na linha de frente. Como diz o maravilhoso samba-enredo da minha escola Imperatriz Dona Leopoldina, campeã deste carnaval, que homenageou João Nogueira, “o PCdoB é nó na madeira”. O PCdoB é nó na madeira! O PCdoB enfrentou, antes da ditadura militar, a ditadura de Getúlio; o PCdoB lutou pela redemocratização deste País. E a nossa Presidenta Luciana Santos, uma mulher, Presidenta do nosso partido, disse, com muita propriedade, que, na história do Brasil, as grandes jornadas democráticas e populares, cedo ou tarde, elas são vitoriosas, mesmo com derrotas no meio do caminho. Na ditadura militar, por exemplo, nós tivemos o nosso Comitê Central arrasado. Até hoje esperamos pelos corpos não encontrados de um Cilon Cunha Brum, de um Dr. Juca, de uma Elenira. Assim foi contra a ditadura, assim foi na Emenda das Diretas, e, sempre, ao final, a democracia vence, e venceremos nesta jornada também.

Eu talvez precise, Ver.ª Sofia e Ver. Alex, do nosso tempo de Liderança de oposição, e sei que V. Exas. entenderão por quê.

Nenhum voto dos golpistas fundamentou a legitimidade de um impeachment sem crime de responsabilidade. Nenhum!

As famílias. Em defesa da família e contra a corrupção. Eu digo, Srs. Vereadores, que eu não vou falar aqui em nome da minha família, porque eu não teria tempo suficiente e porque ela é uma enorme família, revolucionária. Não preciso invocar uma família revolucionária de onde eu venho e que vai continuar a minha luta, num momento grave como este da Nação brasileira.

Invocaram muito Deus, e Deus, eu acho que, de tanto que foi invocado, ouviu a invocação do Congresso. Hoje foi preso pela Polícia Federal, de manhã, por crime de falsidade ideológica, estelionato, prevaricação e peculato contra o Sistema Único de Saúde, o Sr. Ruy Adriano Borges Muniz, Prefeito elogiado no voto pelo impeachment por sua mulher: “O meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito e o Prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com a sua gestão”, afirmou ma Sra. Raquel Muniz, que votou pelo “sim”.

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Vários deputados que se colocaram contra a corrupção respondem por processos versus uma Presidenta que não tem nenhum crime cometido, nenhuma citação ou indiciamento. Aliás, ontem foi ressuscitada a TFP, no Congresso Nacional – tradição, família e propriedade, sustentáculo do golpe militar e da ditadura. Tivemos a vergonha de ver um Bolsonaro, em seu voto contra a democracia, homenagear, através do maior torturador da história deste País, o Ustra, que torturou inclusive a Presidenta Dilma. Um Congresso que tem como chefe um capitão do mato mor - Eduardo Cunha, réu corrupto e corruptor, porque envolveu a mulher e a filha. Êta família boa essa! Condutor de um processo golpista, contra o voto de 54 milhões de brasileiros que não têm nenhum crime. É uma vergonha nacional e internacional, que, aliás, está parando o desenvolvimento desta Nação. Agora, o objetivo do golpe, senhores, é a tomada do poder, um assalto ao poder. Temer de Presidente é o terceiro Presidente do MDB que vai assumir sem nenhum voto da Nação, com um projeto de atraso de, no mínimo, cem anos para a Nação brasileira, que vai agravar a crise política, econômica e social, vai retirar os direitos dos trabalhadores, cometendo crime contra a democracia. Também vão acabar, Temer assumindo também vão acabar, já estão em negociação, só não vê quem não quer e nosso Partido e os partidos de oposição, de luta e os movimentos sociais não são ignorantes como essa gente pensa, vão acabar com as investigações do Lava Jato. Vão acabar porque Temer, Cunha e todo seu cortejo não serão investigados. É disso que se trata. O Moro já estava com medo. Agora o Moro vai ser retirado de cena; cumpriu o seu papel golpista e agora vai ser retirado de cena. Eles continuarão surfando. Temer, Cunha, etc., no mar de corrupção, de atraso, de retirada dos direitos dos trabalhadores e vilipendiando a nossa democracia. Esse golpe não está dado. Falo isso ao povo de Porto Alegre que sempre lutou pela democracia, um povo que se destacou na luta contra a ditadura militar, no enfrentamento. Esse golpe não está dado. É uma etapa de uma batalha onde não daremos trégua aos golpistas e aos seus aliados, à Rede Globo, ao poder financeiro do Brasil e ao poder financeiro internacional que está metido aqui dentro, o poder financeiro para golpear a democracia da Nação brasileira para retirar o direito dos trabalhadores, para acabar com a nossa soberania. Lá se vai o nosso petróleo, lá se vai o nosso pré-sal, lá se vai a nossa biodiversidade. Nós não podemos nos enganar. É unir o povo contra o golpe, contra o retrocesso e pela apuração de toda a corrupção dessa Nação brasileira. A história não é só nossa aliada para compreender este momento. A história, mais cedo ou mais tarde, cobra, e esses golpistas serão cobrados um dia, e nós esperamos que mais cedo para o lixo da história. A vergonha nacional da Câmara Federal, que não se reproduz nas ruas, nós temos que dizer isto, no Senado Federal porque é uma vergonha que ultrapassa as fronteiras da Nação brasileira, de um povo cuja maior riqueza é sua diversidade humana e cultural e é em nome desse povo, aqueles que se perfilam pela democracia, pela legalidade, pelo estado democrático de direito, saberão estar em todas as horas, em todos os momentos, em todos os lugares pela retomada da democracia, valor mais alto que se levanta na Nação brasileira, de mulheres e homens que construíram o processo desta Nação.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 18 a 20 de abril de 2016.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 17h18min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, na Reunião de Líderes de quinta-feira ficou acertado que a votação iniciaria pelo Requerimento nº 039/16; depois votaríamos o PLCE nº 020/15 depois iríamos para os projetos de títulos, prêmios e homenagens. Foi assinado por todos os Líderes, solicito que seja cumprido, até em função de haver pessoas aqui aguardando.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Clàudio Janta, de praxe, quando entendermos importante começarmos pelas homenagens, até porque há convites que precisam se enviados. E se não fizermos logo a aprovação, não teremos tempo hábil. São apenas três, acredito que faremos rapidamente os encaminhamentos e as votações.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 027/16 – (Proc. nº 0778/16 – Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene no dia 3 de maio, às 19h, destinada a homenagear o trabalho incansável dos Líderes Comunitários.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 027/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3050/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/14, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede o Diploma Honra ao Mérito à senhora Jussara Beckstein da Silva.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dinho do Grêmio: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 27-04-15.      

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 046/14. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 034/16 – (Proc. nº 0928/16 – Ver. Clàudio Janta) – requer seja o período de Comunicações do dia 25 de abril destinado a assinalar o transcurso dos 50 anos da SENALBA/RS.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 034/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2938/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/15, de autoria do Ver. Paulinho Motorista, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao 21º Batalhão de Polícia Militar – 21º BPM.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-04-16.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 055/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 033/16 – (Proc. nº 0917/16 – Ver. Valter Nagelstein) – requer a realização de Sessão Solene no dia 13 de maio, às 15h, destinada a assinalar o transcurso dos 68 anos de criação do Estado de Israel.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 033/16. Informo que o Ver. Valter Nagelstein fez uma retificação solicitando a transferência da data da Sessão Solene do dia 13 para o dia 24 de maio, no mesmo horário e local. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário da Ver.ª Fernanda Melchionna.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3015/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/15, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que concede o Diploma Honra ao Mérito à Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa – ACCB.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 23-03-16.                             

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 057/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista termos lideranças convidadas que estão aqui desde as 14h aguardando a votação do PLCE nº 020/15, que trata do Conselho Municipal de Educação, em respeito à comunidade que está aqui, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do referido projeto. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, nós fizemos a reunião de Líderes e acordamos que o primeiro projeto, o Requerimento de Moção, não teria encaminhamentos, seria só votação. Como é só votar, não tenho acordo em fazer essa alteração.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Clàudio Janta, vou ter que colocar em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto.

 

A SRA. JUSSARA CONY: A oposição tem acordo com o que o Ver. Comassetto solicitou. Eu creio que a reunião de Líderes sempre deve ser respeitada, mas, várias vezes, em função exatamente da presença dos principais interessados, nós mudamos e votamos. Então, PCdoB e oposição apoiam a posição do Ver. Comassetto.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 09 votos SIM, 19 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Clàudio Janta, da Ver.ª Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex Fraga, ao PLCE nº 020/15.

Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, da Ver.ª Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex Fraga, ao PLCE nº 020/15.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 039/16 – (Proc. nº 0954/16 – Ver. Clàudio Janta) – requer seja encaminhada Moção de Solidariedade aos Promotores e Procuradores do Ministério Público Federal, à Procuradoria Geral da União e aos Delegados da Polícia Federal, que compõem a Força Tarefa da Operação “Lava Jato”.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 039/16. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, venho aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, fazer a nossa Declaração de Voto e trazer aqui as razões. O voto da Bancada do Partido dos Trabalhadores será “não”. Votamos “não” à Moção de Solidariedade aos Promotores do Ministério Público Federal, aos Procuradores da Procuradoria-Geral da União e aos Delegados da Polícia Federal que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato. Votamos “não”, por conta do movimento “abafa” da Operação Lava Jato, que ontem se concretizou no Congresso Nacional, com o que foi negociado e aprovado entre o Vice-Presidente Michel Temer, os deputados Eduardo Cunha, Paulinho da Força e o Juiz Sérgio Moro – todos comprovadamente corruptos e corruptores. Votamos “não”, porque o Juiz Sérgio Moro já declarou à imprensa que pretende encerrar as investigações em dezembro. Segundo Moro, os desdobramentos da investigação podem provocar um desgaste até mesmo na opinião pública, que hoje presta apoio maciço à força-tarefa da Lava Jato. Quais seriam esses desdobramentos? Investigar a delação de que o Vice-Presidente Michel Temer teria embolsado R$ 5 milhões do esquema das empreiteiras? A comprovação de que Eduardo Cunha, do PMDB, e que comandou a cena do golpe ontem, mantinha e mantém contas secretas na Suíça, com dinheiro desviado, além dos R$ 52 milhões recebidos em propina? Os fortes indícios de que Paulinho da Força, do Solidariedade, recebeu recursos para evitar greves em canteiros de obras de empreiteiras envolvidas no escândalo da Lava Jato? Votamos “não”, porque o Juiz Sérgio Moro descumpriu a Constituição, grampeando a Presidente da República. Votamos “não”, porque a Operação faz vazamento e investigações seletivas, apoiada pela grande mídia golpista deste País. Votamos “não”, porque a “operação abafa” está comprovada na troca de mensagens feitas ontem entre Michel Temer e o deputado federal do Partido Progressista, Jerônimo Goergen, em que este diz, com todas as letras: “Esta questão da Lava Jato já foi colocada, por isso mesmo conseguimos chegar até aqui.” Ao que Temer responde: “Certo, Jerônimo, preciso dizer: vou cumprir os acordos, mas esse processo não posso segurar sem o apoio integral do PP.” PP esse que tem seis deputados do Rio Grande do Sul como denunciados na Lava Jato, comandado pelo Germano, já condenado em várias ações.

Outra amostra da “operação abafa” é o desejo do Vice-Presidente Michel Temer, segundo a imprensa, de ter no Ministério da Justiça, Nelson Jobim, pela capacidade deste de vigiar a conduta da Polícia Federal – noticiado amplamente hoje nos jornais. Mais um exemplo desse desejo foi um acordo alinhavado por Temer para livrar Eduardo Cunha da cassação. Segundo órgãos de imprensa, conversas nos bastidores em Brasília indicariam que Cunha renunciaria à presidência da Câmara dos Deputados sob o argumento de que o novo Governo precisaria articular nova maioria no Parlamento, seria suspenso pelo Conselho de Ética, mas manteria o cargo, garantindo o foro privilegiado. Sem o aprofundamento da Operação Lava Jato, os citados acima e muitos outros citados em delações premiadas e investigados, todos integrantes de partidos da oposição, ficarão impunes. E é com isso que os Promotores do Ministério Público Federal, os Procuradores da Procuradoria-Geral da União e os Delegados da Polícia Federal que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato estão comprometidos. Quero dizer que isso foi notoriamente construído com a operação do golpe da farsa que foi montada ontem no Congresso Nacional.

Eu dizia para os colegas Vereadores de todas as bancadas que entendia que a nossa Câmara poderia ser melhor, mas fiquei decepcionado ontem, como toda as população brasileira, com a falta de qualidade do Congresso Nacional, porque ali se forjou sem provas a uma presidenta eleita, democraticamente, com 54 milhões de votos.

Quero dizer à Liderança do PMDB, que se manifestou anteriormente, e disse: se o senhor quisesse usar esta tribuna, teria que ter voto. Digo ao Líder do PMDB: se o Temer quiser ser Presidente da República, que tenha voto, porque até agora ele tem zero voto, e através de um golpe...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: ...Sr. Presidente, para concluir, quero mostrar as manchetes de alguns jornais estrangeiros – New York Times, dos EUA; Der Spiegel, da Alemanha; no Le Monde, da França; no El País, da Espanha – entre outros jornais da Inglaterra e Estados Unidos, todos dizendo a mesma coisa: Temer organizou um golpe com os corruptos para tirar uma Presidente legitima. Esta é a imagem, neste momento, do Parlamento brasileiro e da política brasileira.

Por último, Pablo, tenho certeza de que, se o Mendes Ribeiro estivesse lá, não romperia a fidelidade que sempre teve com a Presidente Dilma, assim como fizeram aqueles partidos que estavam no Governo até a véspera. Política e traição andam sempre juntas, e ontem foi a escola da traição. Por isso votamos contra essa farsa, que é a Operação Lava Jato, perseguindo uma Presidente legitimamente eleita. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

(Manifestações na plateia.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sim, sem dúvida, o coxinha. Eu fico feliz de ver que, quando deveríamos fugir dos preconceitos – preconceito contra a mulher, preconceito de raça, preconceito de qualquer natureza –, as pessoas aqui ficam repetindo preconceitos. Afinal de contas, de que lado a gente está? A gente está repetindo preconceitos? Vocês são preconceituosos, ou não são? Ou lutam a favor dos preconceitos? A gente precisa refletir muito quando acusa os outros de violência e de discriminação.

Sr. Presidente, tirem as crianças da sala! Ver o PT vir aqui... Se tivesse humildade, diria o seguinte: “Olha, nós estamos apoiando a Lava Jato, porque, de fato, ela está depurando o nosso País”. Mas sequer tem essa humildade, essa dignidade, essa capacidade de fazer uma mea-culpa. O Ver. Comassetto vem aqui dizer – aliás, não me surpreende, mas, enfim – que o Ministério Público cometeu crimes e que o Juiz Moro cometeu crimes. Sim, Vereadores, o Ministério Público cometeu vários crimes. O Ministério Público de São Paulo cometeu crime ao denunciar que o Lula tinha ganhado um duplex da OAS; o Ministério Público cometeu outro crime, Ver. Comassetto, ao denunciar que o Lula tinha ganhado um sítio. O Ministério Público denunciou mais crimes: denunciou que, nas obras da Copa, houve uma roubalheira no País inteiro; o Ministério Público denunciou que a Petrobras foi espoliada, destruída, que o prejuízo da Petrobras é superior a 30 bilhões de dólares; o Ministério Público denunciou que os fundos de pensão estão seguindo o mesmo caminho; o Ministério Público denunciou que o nosso País foi tomado de assalto por uma gangue, cuja corrupção não é pontual nem endêmica, é sistêmica. Ah, mas não acreditam nisso? “Não, nós não acreditamos.” Está bem, só que os tesoureiros do PT estão na cadeia. O Vaccari era tesoureiro do PT, está na cadeia. O Genoino foi presidente do PT, foi condenado. Isso num Estado Democrático de Direito, com ampla defesa, com direito ao contraditório, mas o fanatismo impede que vejam. Temer não tem votos? Mas que presunção, que prepotência, que arrogância continua pautando essa gente que precisou do Temer para se eleger ontem! Porque é uma pretensão dizer que o PMDB não trouxe nada! Como o PMDB não trouxe nada? Não só trouxe como, agora, foi quem, por desvio de finalidade, apeou o PT do poder. “Mas a Dilma não tem responsabilidade.” Não, ela só era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando se instalou todo o processo da Lava Jato! E o processo de dilapidação da Petrobras redundou no pagamento da campanha de vocês, Ver. Comassetto, e das contribuições que receberam das empreiteiras: R$ 100 mil para mim; R$ 200 mil para outro; R$ 1 milhão para outro. Inclusive, para esses do PMDB que se aproximaram do PT – não no caso do Ministro Mendes Ribeiro, que sempre foi uma pessoa ilibada, correta, digna e sobre a sua bendita memória nada pesa e nada resta –, mas esses outros tantos que devem seguir o mesmo rumo, o mesmo destino dos que estão sendo acusados de corrupção hoje no PT. Mas votar contra a Lava Jato?!

A Ver.ª Cony, que é uma pessoa amável sob todos os aspectos. Querida, a gente precisa fazer um pacto aqui do jogo da verdade: a luta que se estabelecia lá em 1964 – e não quero defender a ditadura, e não defendo, e acho que ontem o Jean Wyllys e o Bolsonaro se igualaram nos extremos – não era por democracia. Disputavam-se duas visões do mundo: a ditadura do proletariado de um lado de uma visão do mundo, não era, portanto, de democracia; e depois a outra visão, que acabou preponderando, da ditadura. Mas não era...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: ...E o MDB sempre esteve do lado da democracia. Só não me venham com mentiras e não me venham forjar nem falsear a história dizendo que estavam lutando por democracia; não era democracia.

E por último, Sr. Presidente, dizendo que vou votar “sim”, aplaudindo a Polícia Federal, aplaudindo o Dr. Moro, e dizer que, se não tivesse sido divulgada a gravação, essa que vocês dizem que é crime, Lula hoje era ministro, e nós estaríamos no calvário do PT por mais três anos, sustentando essa gangue ideológico-financeira. Então, bendita seja o dia que essa gravação foi divulgada! Bendito sejam esses promotores do Ministério Público Federal, com a sua autonomia, que estão botando a limpo o Brasil! Bendito seja o Juiz Moro! E malditos todos aqueles que, escondidos sob qualquer espécie de capa ideológica ou qualquer outra, tenham a coragem....

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde Vereadoras, Vereadores, Presidente da Casa, público que nos assiste. Quero começar, Ver. Clàudio Janta, declarando que a nossa Bancada do Partido Progressista vai votar favoravelmente a sua moção. Vou fazer, Ver. Comassetto, como sempre fazemos, o debate na maior tranquilidade, mas não posso deixar de vir aqui e rebater algumas questões que eu acredito serem fundamentais.

Primeiro, nós olhamos aqui no telão várias manchetes, de vários partidos, inclusive do meu Partido Progressista, só não vimos ele colocar também as manchetes do PT, que não são poucas. Quando nós fazemos um debate como este, nós temos que colocar todos que estão envolvidos nessa operação, de todos os partidos que estão representados nesta Câmara de Vereadores. Quero aproveitar e dizer também que a campanha “Fora Cunha” vai começar também. E nós participaremos dela. Nós, Partido Progressista de Porto Alegre e Partido Progressista do Rio Grande do Sul, também vamos participar dessa campanha, podem ter certeza. Faremos o mesmo movimento que fizemos em nível municipal, estadual para o Eduardo Cunha, hoje Presidente da Câmara dos Deputados.

Eu queria, também, em relação aos nossos deputados federais que foram citados na Operação Lava Jato, Ver. Comassetto, só fazer uma correção: eles não foram denunciados ainda. Podem até vir a ser, mas eles estão sendo investigados, como dezenas ou centenas de políticos de todos os partidos.

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Fernanda Melchionna.)

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Não, de todos os partidos que hoje estão, Ver.ª Fernanda, sendo investigados. Não todos os partidos existentes no Brasil, mas todos os partidos que estão sendo alvo dessa operação. Então é importante nós colocarmos isso, porque, senão, parece o que não é verdade. Eu queria também fazer outra colocação, Ver. Engº Comassetto; não sei se o senhor está assim com a Abin, porque, inclusive, tu já tens até o celular do Michel Temer falando com o Jerônimo Goergen. Já conseguiste até acessar o celular do Michel Temer e do Jerônimo! Não sei se isso é legal e constitucional?

Mas, voltando, Ver. Clàudio Janta, aos fatos, quero dizer também ao o Ver. Comassetto e a Ver.ª Sofia, quando falaram da “operação abava” na Operação Lava Jato, que, então, é hora de vir aqui, nesta moção, e dizer que é a favor da continuidade desta operação, que não quer abafar e que tem que continuar assim. Por isso vamos votar a favor desta moção! Não tem por que ser contra a essa moção! E se ela vai acabar em dezembro, como tu falaste, Ver. Engº Comassetto, nós estamos recém em abril. Ainda temos maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, são muitos meses, e tem muitas e muitas operações por vir ainda este ano. Espero realmente que todos os nossos partidos tenham a mesma postura com todos que forem denunciados, julgados e condenados. Isso não pode ser postura de um partido, a postura de expulsão de quem for condenado. Então é isso que a gente espera. Eu espero que todos os Vereadores possam refletir e apoiar esta operação aos Procuradores da Procuradoria-Geral da União, aos Promotores do Ministério Público Federal e aos Delegados da Polícia Federal. Inclusive, como a Ver.ª Jussara colocou hoje: uma das que votou “sim” teve o seu marido acordado pela Polícia Federal. Isso demonstra, sim, que não vai parar por aí e que a Polícia Federal é independente. Ver.ª Jussara, V. Exa. sabe o respeito que lhe tenho. Eu prestei muita atenção em uma de suas frases colocadas aqui: A história cobra! O PT fez 50 pedidos de impeachment, e a história cobrou.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, pediria apenas um minuto de tolerância aos senhores e às senhoras. Estamos aqui com uma visita muito especial da nossa professora Olga Solange, professora cega. Levanta o braço, Olga, para nós. A Olga está voltando, ela é professora da Rede Municipal de Ensino, da Escola Dolores. (Palmas.) Ela está muito emocionada porque ela está voltando de um mês em Santa Catarina, onde foi fazer o treinamento de seu novo cão-guia no Instituto Federal, com o professor Leonardo Goulart, que está aqui acompanhando, fazendo a adaptação. Leonardo, obrigada pela presença. A Olga tinha um cão-guia da raça Labrador, que era a Misty e que a acompanhava neste plenário. E é um trabalho bastante complexo, ela tirou licença-prêmio para passar o mês lá. É muito bonito ver esse trabalho. O nome do novo cão-guia é Darwin, da raça Flat Coated Retrievier. Leonardo e Instituto Federal Catarinense, parabéns pelo trabalho. Precisamos ter treinadores aqui também, vejam, é uma área muito importante e delicada para dar autonomia às pessoas cegas. Obrigada, Presidente, pelo intervalo.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradeço-lhe o registro, Ver.ª Sofia Cavedon.

A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Queria cumprimentar, também, a professora Olga, seja muito bem-vinda; parabenizar pelo trabalho, Ver.ª Sofia, e a todos os nossos representantes aqui da educação. Eu queria falar, muito rapidamente, sobre dois temas, por respeito à votação que faremos em seguida do Conselho Municipal de Educação. Eu acho que é muito importante falar desse tema, Ver. Adeli. Nós, do PSOL, temos uma convicção de que é necessário seguir e ampliar as investigações da Lava Jato. Nós somos contrários à seletividade; nós somos contrários a autoritarismos, mas nós temos a convicção de que é necessário aprofundar e ampliar a investigação de todos citados, envolvidos na Lava Jato. Inclusive, Ver. Comassetto, o primeiro político a ter um inquérito formado foi o Eduardo Cunha, que foi para o Supremo. Por que o Supremo não julga o Eduardo Cunha? É uma pergunta que nós temos que fazer e denunciar nesta tribuna. O primeiro foi o Eduardo Cunha, do PMDB; agora, a sétima fase da Lava Jato mandou novos inquéritos contra o Renan Calheiros para o Supremo Tribunal Federal. O problema é que tem foro privilegiado! Nós defendemos o fim do foro privilegiado! Nós defendemos o fim do sigilo bancário fiscal dos políticos, porque quem ocupa um espaço público tem que ter, sim, as suas contas abertas para que a população controle se não tem enriquecimento ilícito! Nós queremos que o Aécio, que foi mais citado que muitos, seja investigo também pela Lava Jato. Nós temos a convicção que para ela seguir, nós temos que lutar contra a “operação abafa” que está em curso no Congresso Nacional! Existem projetos de lei apresentados por deputados de vários partidos... E não é o PSOL, Ver. Kevin, o PSOL não tem nenhum parlamentar investigado na Lava Jato, e, se tivesse, nós diríamos que tem que investigar, mas nós temos proibido em nosso estatuto o recebimento de dinheiro de empreiteiras, porque sabemos onde dá a relação promíscua com as empreiteiras. Nós temos a convicção de que o Congresso quer abafar, e que os dois polos de poder querem abafar a Lava Jato, para que não investigue os deputados do PP, os seis deputados aqui do Rio Grande do Sul citados nos inquéritos, para que não investigue os do PMDB, para que não investigue os do PT, para que não investigue a lista da Odebrecht. Então, nós temos que, sim, defender a Lava Jato, ao mesmo tempo, sem seletividade e sem autoritarismo, e que voltem mais recursos públicos – foram mais de R$ 25 bilhões roubados do povo brasileiro, e R$ 3 bilhões voltaram até agora. É necessário resgatar os outros R$ 22 milhões, Ver. Prof. Alex, posição com a qual concordamos.

Por fim, para concluir, eu quero dizer que é inadmissível e inaceitável comparar coisas incomparáveis, Ver. Valter Nagelstein. Acho que é muito fácil discutir um cuspe do Dep. Jean Wylliys, diante de alguém que cospe na democracia todos os dias, que cospe nos negros, nos LGBTs, que foi à tribuna defender o então Major Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável pela morte do Fernando Borges de Paula Ferreira, da Alceri Maria Gomes da Silva, do Joaquim Alencar de Seixas, no DOI-CODI de São Paulo! Tinha que sair preso! Se fosse em qualquer País sério, alguém que homenageia a ditadura e um torturador tinha que sair preso! Então, não vamos comprar incomparáveis. Todo apoio ao Jean Wyllys, abaixo Bolsonaro, e todo apoio à luta contra a corrupção sem seletividade e sem autoritarismos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ADELI SELL: Gente, tem um cidadão que, desde o inicio da Sessão – estou quieto aqui –, está provocando todo mundo! Não cabe provocador dentro da Câmara de Vereadores!

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu gostaria que o Ver. Adeli Sell, que é uma pessoa correta, usasse os mesmos pesos e as mesmas medidas. Do lado de cá das galerias, há mais ou menos 50 pessoas, todas elas, quando eu fui à tribuna, nas duas vezes – não todos obviamente, lá está um cidadão dizendo que ele está fora –, mas outros tantos aqui, por várias vezes, interromperam a minha fala. Agora, pode interromper para um e não pode interromper para outro? Mas que justiça é essa? Essa é justiça do PT, Ver. Adeli Sell?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu estava ao lado do senhor que está nas galerias e que se referiu à Ver.ª Fernanda Melchionna com palavras desrespeitosas. Nós não vamos aceitar isso. Manifestações do povo aqui são bem-vindas. Agora, desrespeito, machismo nós não vamos aceitar!

 

O SR. ADELI SELL: Eu só quero esclarecer o seguinte, eu não defendo ninguém interromper alguém aqui dentro, nunca fiz isso, Ver. Valter Nagelstein. Só que a pessoa que usar palavrão, acusar, enquanto eu estiver aqui, ou é muito covarde e vai fugir daqui, ou vai ter boletim de ocorrência, processo por dano moral. Já estou avisando!

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, só para concluir e dar esse depoimento para que fique registrado. Quando subi à tribuna, fui chamado de coxinha – não tem problema! – e depois fui chamado de sem-vergonha, e a Ver.ª Lourdes Sprenger olhou e disse: “Está olhando o quê? Tu também és sem-vergonha.” Então, esse é o nível que está se estabelecendo. Quando se cria um precedente dessa natureza, a partir daí nós estamos abrindo as portas para qualquer coisa. Então, eu acho assim, o respeito é muito bom, devemos prezar o respeito, mas ele precisa valer efetivamente para todos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Srs. Vereadores, os registros foram feitos, e eu lembro que aqui é um Parlamento e que deve ser respeitado por ambas as partes. Tomarei todas as medidas que forem necessárias se houver abuso nesse sentido.

O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Presidente, quero me posicionar com relação a essa moção do Ver. Janta, uma Moção de Solidariedade ao Ministério Público Federal, à Procuradoria-Geral da União, aos Delegados da Polícia Federal. Acho que se está subestimando, falo dos Vereadores da oposição, principalmente dos Vereadores do PT, que subestimam as nossas instituições. Eles não assinaram a Constituição! E isso acho que foi o grande erro, no dia de ontem, não ter sido falado no Congresso Nacional, na reunião da Câmara de Deputados, que o PT não assinou a Constituição! E eles não acreditam na Constituição! Eles não acreditam, efetivamente, na Constituição! Nós temos instituições sérias neste País, nós temos instituições que reagem a essas ações fascistas do PT. Nós temos, sim, instituições. Quero trazer aqui, em homenagem ao Ver. Tarciso, as palavras do Neguinho da Beija-Flor, pois muito se tem dito sobre preconceitos, que é a elite branca querendo depor a Presidente, que deixa pronto o depoimento do ex-Presidente Lula na Lava Jato. Por favor, eu peço à técnica que coloque as palavras do Neguinho da Beija-Flor, que resumiu na poesia, num samba...

 

(Procede-se à apresentação de vídeo.)

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)

 

O SR. DR. THIAGO: Eu sou sério, sim, Ver.ª Sofia! É preconceito seu! A poesia e o samba que retratam a realidade desta Nação é preconceito seu! Aí está mostrado o seu preconceito com relação às manifestações das nossas comunidades mais periféricas! Por favor! Eu a ouço, às vezes, todas as tardes aqui, dizendo absurdos, dizendo bobagens! Olha só! A Nação ri de si mesma nessa situação, ou seja, o Lula não sabia de nada – nada era dele! O triplex não é dele! O sítio de Atibaia não é dele! Nada é dele! Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! As mordomias quem paga não é ele! Nada é dele! Ele não sabia de nada! Ele não sabia de nada! Quer brincar com a nossa inteligência! O PT quer brincar com a nossa inteligência! Quer dizer que somos idiotas, quer dizer que não temos um mínimo de condição de discernimento!

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)

 

O SR. DR. THIAGO: A Ver.ª Sofia continua tentando me interromper com aparte antirregimental. Não adianta ficar nervosa, Ver.ª Sofia, esta é a realidade. A Magistratura e o Ministério Público estão aí para verificar isso. A senhora não seja preconceituosa com o samba legitimamente brasileiro, com um artista legitimamente brasileiro. Não seja preconceituosa! Este é o retrato: quando nos serve, aí pode; quando não me serve, não pode! E o Judiciário não vai deixar assim, Ver.ª Sofia. O Judiciário é uma instituição séria, para ser juiz, para ser juiz federal precisa ter uma coisa que vocês não sabem o que é: conduta ilibada! É isso que precisa ter para ser juiz de direito. Vocês não têm e não sabem o que é. Então esse samba retrata... Vem aqui na tribuna e diz tudo isso de novo. Esse samba retrata a realidade nacional! E não venham ter preconceito só porque o Neguinho da Beija-Flor é negro, só porque o Neguinho da Beija-Flor faz samba... Não venha ter preconceito aqui, Ver.ª Sofia, com artista nacional de grande gabarito.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que, no vídeo que apareceu ali, não apareceu o nome do meu partido. Apareceram todos os partidos, mas não apareceu o nome do meu partido. O meu partido tem dois delegados da Polícia Federal, Deputados filiados nele, tem um major da Brigada Militar filiado ao meu partido e tem um promotor de justiça filiado ao meu partido também. Então, as acusações feitas aqui na tribuna de que pegamos dinheiro, de que recebemos dinheiro são feitas ao vento. Não apareceu o nome do Solidariedade em nenhuma das denúncias e manchetes de jornais que estavam no vídeo. Os nossos deputados sobem na tribuna e falam abertamente, até porque um deles foi o precursor das denúncias no Paraná, foi a primeira pessoa que prendeu o Youssef, lá atrás. Eu acredito que ninguém teme a Polícia Federal, eu acredito que aqui ninguém tem medo do Ministério Público. Eu mesmo sofri, na eleição passada, um processo pelo Ministério Público Eleitoral e fui até o fim. Fui absolvido e provei que o processo estava malfeito, provei que o processo que estava errado e fui absolvido. Infelizmente, me prejudicou nas eleições, mas fui absolvido. Quem está do lado da justiça, quem está do lado da verdade, quem está do lado do povo não se preocupa com a polícia, não se preocupa com o Ministério Público, não se preocupa com nada; pelo contrário, apoia as ações da Polícia Federal, apoia as ações do Ministério Público e, principalmente, da Procuradoria, que está lá no Supremo Tribunal Federal. O Juiz Moro e a Polícia Federal têm feito o que têm que fazer: têm prendido. Quando o Supremo mandou prender, a Polícia Federal entrou no Senado e prendeu o Delcídio do Amaral. Temos certeza de que, se o Supremo, hoje, autorizar a prisão de todos os investigados da Lava Jato que lá estão no Supremo, eles serão presos pela Polícia Federal imediatamente, porque quem está solto é só quem está no Supremo, porque quem não tem foro privilegiado já está tudo em cana. Tudo em cana! Diferente do Lula, que foi buscar o foro privilegiado! Saiu correndo para procurar o foro privilegiado! “Minha querida, cadê o meu documento?” “Estou te mandando, só usa se for necessário.” Lembram-se disso? “Estou te mandando aquele documento; só usa se for necessário.” “Estou te mandando aquele papel; só usa se for necessário.”

Então, estamos pedindo aqui uma Moção de Solidariedade do povo de Porto Alegre – quando falamos aqui, falamos pelo povo de Porto Alegre – à Operação Lava Jato; do povo de Porto Alegre aos Promotores, ao Procurador do Ministério Público Federal, à Procuradoria-Geral da União e aos Delegados da Polícia Federal, aqueles que nós vimos frequentemente na televisão.

E nos diz o Juiz Moro que vai até o final do ano... Olha quanta gente ainda vai ser presa! Que tirem do Supremo Tribunal Federal, que tirou do cidadão comum ficar aguardando a terceira instância, que tirem o foro privilegiado dos políticos. Que tirem! O Supremo tem esta autonomia constitucional de tirar o foro privilegiado! E vamos ver quantos vão continuar soltos. Vamos ver quantos cairão. Vamos ver quantos! Agora, dizer que é culpa da Polícia Federal, vir para cá dizer que alguns não foram presos por culpa da Polícia Federal! Quem pegou R$ 64 milhões de construtoras, como foi a doação para a Presidente Dilma Rousseff – isso declarado na campanha –, o seu marqueteiro pegou R$ 21,5 milhões da Odebrecht! Declarados! Seu marqueteiro!

Então, eu acho que aprovarmos essa moção não quer dizer nada. Aprovarmos essa moção não quer dizer que estamos sendo culpados de algo. Acho que quer dizer que estamos do lado do povo brasileiro, que quer ver as coisas limpas, quer ver as coisas às claras, quer ver os corruptos na cadeia, sejam eles de que partido forem. Agora, vir para cá mentir, dizer que recebemos dinheiro e não aparecemos em nenhuma manchete de jornal, isso nós ao vamos admitir. E ocultar quem aparece diariamente nas manchetes dos jornais por corrupção, por roubo, por desvio de dinheiro público, aí fica realmente escondendo a verdade do povo. O requerimento não era para ninguém encaminhar. Era para já estarmos encaminhando o projeto de vocês, com as emendas apresentadas, mas resolveram fazer essa discussão...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela; Vereadores e Vereadoras, coisas estranhas estão acontecendo nesta Casa. Sinceramente, Ver. Valter Nagelstein, eu tinha certeza absoluta de que esta moção seria aprovada pela unanimidade desta Casa, até sem nenhuma contestação. Nenhuma. O que diz a moção? Diz assim (Lê.): “requer seja encaminhada Moção de Solidariedade aos Promotores do Ministério Público Federal, aos Procuradores da Procuradoria-Geral da União e aos Delegados da Polícia Federal, que compõem a força-tarefa da ‘Operação Lava Jato’, em razão do empenho e cumprimento do dever público desses servidores públicos federais, consolidando o papel institucional desses órgãos e garantindo o pleno funcionamento da democracia.” Ou seja, está cumprimentando esses funcionários pelo cumprimento do dever, incentivando que continuem investigando a todos e profundamente a todos os envolvidos, ou suspeitos, todos. Aí veio o Ver. Engº Comassetto e leu aqui uma Declaração de Voto contestando essa Moção de Solidariedade. Contestou e foi aplaudido. Isso que eu não entendi. Veja, parece que ele não quer que seja feita essa sindicância, esse levantamento, essa investigação. Nós queremos que seja feito em todos os partidos, inclusive no meu partido, mas que seja feito até o final. Essa Declaração de Voto, e já falei com a Ver.ª Sofia, deverá ser entregue ao Sr. Presidente para constar no processo legislativo. Então, não tem nada da mais essa moção, ela só incentiva aos funcionários públicos cumprir o dever. Incentiva que os promotores, inclusive Procuradoria da União, ou seja, do Governo, a que façam a investigação de todos até o final. Por isso estranho muito essa contestação simples de que os funcionários públicos federais cumpram o seu dever. Eu gostaria depois, Ver.ª Sofia, que me desse uma cópia dessa Declaração de Voto, porque eu realmente não estou acreditando que alguém não queira investigar a corrupção no nosso País. Tristemente estamos vendo essa realidade aqui. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, não sei se os outros partidos irão assinar, não quer que nós incentivemos os delegados, procuradores a fazerem uma investigação na Lava Jato. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 039/16.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, talvez seja um ensinamento do meu Partido PCdoB, mas muito provavelmente seja porque eu sou de uma quarta geração de comunistas, meus bisavós, meus avós, meus pais e a minha geração, eu sempre procuro dialogar, inclusive com os que antagonizam com as nossas posições, de uma forma tranquila e buscando olhar a história de uma forma verdadeira, e é por isso que eu resolvi subir a essa tribuna agora. O meu Partido PCdoB não é ingênuo, o meu partido tem 94 anos, a maioria viveu na clandestinidade, debaixo do tacão de ditaduras, não apenas a ditadura militar, e hoje vivemos um momento grave nesta Nação e no mundo inteiro, vivemos a crise mais violenta, possivelmente, do capitalismo. E há dois lados, não tem meio-termo, e o que está acontecendo no Brasil, hoje, mostra isso. E a Lava Jato, Vereadores, mostrou que está gerando precedentes antidemocráticos, eu já disse isso nesta tribuna, e é por isso que vamos votar contra esse requerimento, essa moção. Seletividade, pois, no momento em que é seletiva, descumpre o preceito que diz que todos são iguais perante a lei, e ninguém pode fazer isso, nem Supremo, nem Polícia Federal, nem Ministério Público. Quanto à pergunta feita aqui, nem sei por quem, de que estamos com medo da Polícia Federal, quero responder que o PCdoB não tem medo de polícia nenhuma! E sua história mostra isso, porque foi o partido mais perseguido exatamente pelas polícias institucionalizadas, nos regimes ditatoriais. O aspecto midiático da Lava Jato, o acordo com a Globo, golpista de primeira hora, os grampeamentos ilegais, as prisões sem ampla defesa, sem a oportunidade do contraditório, coercitivas, sem direito a processo legal. Eu quero investigação da corrupção com processo legal para todos! As delações premiadas através de torturas emocionais, ou isso não está acontecendo no Brasil? Estamos brincando de fazer política! E mais, o que aconteceu ontem no Congresso Nacional, já disse na minha intervenção, terminou a Lava Jato, porque agora tem que pegar Temer, porque agora tem que pegar Cunha, porque agora tem que pegar a catrefa desses dois, que ontem mostraram quem são e de que lado estão, invocando Deus e a família.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: (V. Exa. permite um aparte?)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Ver. Valter, com todo respeito que a gente sempre dialogou, o Ver. Valter é um homem culto, não pode desconhecer a história, dizer que a ditadura militar veio porque tinha uma ditadura do proletariado. Que ditadura era essa, com Jango e Jânio? Por que veio? Por que o Jango se atreveu, depois de todo episódio da Legalidade, do povo na rua, a apresentar uma coisa que era importante para nós; que eram as reformas de base. E por isso veio o golpe militar. Vereador, se houvesse ditadura do proletariado versus ditadura militar, hoje nós estaríamos numa outra etapa da luta de classe, possivelmente com o socialismo instalado no Brasil. Então, não posso lhe dar aparte, Vereador. Não posso. Primeiro, eu não sou “partidão”, eu sou PCdoB. Eu posso dar aparte para o Vereador? Eu não posso, não sou eu que não quero lhe dar aparte, é o Regimento desta Casa. Aliás, os comunistas respeitam muito à legalidade e os regimentos. É por isso que não lhe dou aparte. Ele está me atrapalhando, eu preciso terminar. Eu não posso dar aparte para o Vereador, gostaria muito.

O nosso partido nunca levantou...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: ...trocas de ditaduras, até porque, se fosse ditadura do proletariado, eu já disse, nossa, estaríamos bem mais adiante. A história cobra, Ver. Kevin Krieger, por quem tenho o maior respeito, Líder do Governo, e eu Líder de oposição, temos trabalhado nesta Casa sempre buscando, junto com os meus colegas de oposição, o melhor para a cidade de Porto Alegre. A história cobra, antes de tudo, a história cobra a verdade, a verdade! E eu não posso entender que o Ver. Nagelstein, um homem culto, venha aqui com essa brincadeirinha de que era ditadura do proletariado. Aliás, finalizo, em todos os momentos da história deste País...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas, senhoras e senhores; aqui não há ingênuos, e quem nos assiste vai entender o que Vereador proponente deixou claro: a moção é uma provocação. Não sou eu que falo; o Vereador disse isso. Agradeço o PT, o PCdoB, o PSOL por poder falar em nome das oposições. Nós faremos uma moção, nos próximos dias, como deve ser feita uma moção, para investigar todas as formas de corrupção em nível local, estadual e federal, apoiando todas as instituições criadas pela Constituição cidadã de 1988. Nós vamos apresentar essa moção, como vamos dizer também que nós apoiamos e não rasgamos nem a Constituição, nem o Código Civil de 2002, nem o Código de Processo Civil que entrou em vigor agora, dia 18, há um mês, e, muito menos, o Código Penal, que não é dos nossos sonhos, mas ele existe. Por exemplo, não é possível uma pessoa ser condenada duplamente. Tem um princípio que diz: non bis in idem; ou seja, não pode ser condenado duplamente. E nós estamos vendo a recorrência e a burla da nossa legislação. Nós não aprovamos a Lava Jato, nós aprovamos investigações da Polícia Federal, do Ministério Público, em quaisquer circunstâncias, e mais, apoiaremos, daqui para frente, como sempre apoiamos, todas as investigações legais – legais! E vamos continuar apostando na legalidade. Nós não vamos apoiar o que foi feito, o tal do promotor, que aqui se elogia, foi pedir desculpas; um menino borrado foi pedir desculpas ao STF – ele que foi pedir desculpas! Esse debate nós faremos. Nós não utilizaremos nenhum subterfúgio para discutir essas questões, como foi usado – o autor que disse, não sou eu que estou dizendo – aqui como uma provocação um dia após a lastimável sessão do Congresso Nacional, em que vocês viram, a população viu os atropelos que houve. É impressionante como se usou o nome de Deus em vão! Como se falou da família como se só santos houvesse!

Então, nós estamos, com toda a serenidade, aqui, para fazer o debate que tem que ser feito, mas não nos tirem para ingênuos para aprovar esta moção do jeito que o autor e algumas pessoas querem. Nós não vamos dar guarida a esse tipo de sustentação que foi feita aqui, porque se quer dizer que apenas um partido tem pessoas envolvidas em corrupção, quando nós tivemos, recentemente, no Rio Grande do Sul, exemplos que nos sobram, mas nós não ficamos cutucando nem provocando ninguém.

Para finalizar, pode haver gritos na plateia, pode haver vaias na plateia, nós teremos debates acalorados aqui, como já tivemos, mas nenhum provocador entrará nesta Câmara para fazer acusações, chamar Vereador de seja lá o que for sem ter um boletim de ocorrência e um processo por dano moral. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Adeli Sell. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o que nós estamos votando? Nós estamos votando uma Moção de Solidariedade aos Procuradores, aos Promotores do Ministério Público Federal, aos Procuradores da Procuradoria-Geral da União e aos delegados da Polícia Federal que compõem a força da Operação Lava Jato. Será que essa composição citada aqui não merece o nosso apoio? Eu fico imaginando. Eu vou repetir aqui, porque há pessoas nos assistindo: nós estamos votando aqui, por proposição do Ver. Clàudio Janta, uma Moção de Solidariedade aos Promotores do Ministério Público Federal, aos Procuradores da Procuradoria-Geral da União e aos delegados da Polícia Federal.

Eu acho engraçado que os senhores vêm aqui, citam partidos, mas não se trata de questões partidárias. Eu não tenho dificuldade nenhuma com os Srs. Vereadores, mas eu vou citar a Ver.ª Sofia e a Ver.ª Jussara Cony. Vou fazer um capítulo à parte à Ver.ª Jussara Cony, que me assiste atentamente. Ver.ª Jussara, V. Exa. é uma herdeira do Partido Comunista do Brasil. Comunista é comunista. A senhora é uma herdeira do Partido Comunista. Qual é o país, com o sistema comunista, que é um exemplo para os senhores e para as senhoras? Ainda não têm um exemplo. Exatamente. Eu vejo, então, que nós estamos há anos falando, criticando o Governo brasileiro, outros países que têm governos democráticos, citando como um possível exemplo de futuro melhor o comunismo. Então, nós temos aqui, evidentemente, uma convivência muito fraterna, Ver.ª Jussara Cony, e a senhora sabe disso, agora, essa fraternidade poderia até ter um prazo na iminência de nós observarmos a possibilidade de o Brasil virar um partido comunista. Nós temos um divisor de águas aqui; nós nos respeitamos, até porque todos aqui chegamos, Ver. Valter Nagelstein, pela vontade popular. E só é possível ter partidos, outros que não são comunistas, porque aqui não é um regime comunista, porque lá nos regimes comunistas quem pensa diferente vai para a cadeia. Aqui não! Aqui só vai para a cadeia quem está roubando. É! Mas nós não temos referências de países com governos comunistas com essa possibilidade. Então, o Brasil é um exemplo de que os senhores comunistas também podem falar e propor até situações que nós jamais imaginaríamos, que é essa de contrapor uma Moção de Solidariedade a um dos grupos que mais estão investigando o Brasil, e que, nos últimos anos, deu resultado, está dando resultado e vai dar resultado, sim! Eu desconheço que a Operação Lava Jato faça uma pergunta para quem vai ser preso: “Qual é o seu partido?” Eu desconheço isso. Ou será que alguém tem uma informação diferente? Lá não tem cor partidária, não, Ver. Engº Comassetto! Lá não tem. Então, eu, sinceramente, não vejo por que os senhores votarem contra. Não podem; os senhores são homens sérios, respeitados! Agora, o que os senhores não podem fazer é subir aqui e dizer que nos seus partidos – e no meu também, não faço isso – só tem gente honesta! Aí não dá! Aí não dá! Os senhores são sérios e devem respeitar os homens sérios que há nos seus partidos. Agora, chegar aqui e achar que nesse ou naquele partido só tem homem sério? Por favor! Então, parabéns....

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a tarde não seria completa se eu não subisse aqui para esclarecer não para os Srs. Vereadores que irão votar, já devem ter as suas convicções, mas para quem está nos vendo e ouvindo na TV Câmara e aqui na plateia. Conhecendo o tino do nosso Ver. Clàudio Janta, como um grande expert, eu até fui buscar a moção. É uma Moção de Solidariedade que não diz muita coisa em questões políticas. Ela deveria até ser, ao invés de Moção de Solidariedade, uma moção de incentivo, senhores, para que a Lava Jato não termine agora, que a Lava Jato e seus condutores, delegados, promotores, procuradores, tenham a noção de que esse é um momento histórico. Eu até ontem estava vendo os depoimentos e os votos, eu me senti, confesso aos senhores... E não é para os Srs. Vereadores aqui, eu estou confessando para a senhora e o senhor que assistem a TV Câmara, estou confessando para os senhores que estão aqui sentados ouvindo os nossos depoimentos. Os Vereadores aqui, senhores, têm os seus partidos, têm a sua ideologia, e muitas vezes partidos iguais cometem crimes iguais, mas são defendidos de forma diferente. Governos entram, e era ruim no governo passado? Piora no governo presente quem defendido aqui na mesma fala. Eu, às vezes, até me pergunto: o que é que estou fazendo aqui? Em algumas questões, eu me pergunto o que é que estou fazendo aqui. Mas é bonito, isso se chama democracia.

Então, essa moção é de incentivo, porque muitas vezes a Lava Jato, a Polícia Federal e os Procuradores não faziam o seu trabalho porque eram cerceados. Muitas vezes, eu, como Delegado Estadual, em questões políticas que envolviam Prefeito, que envolviam Vereador na Cidade, ligava para o seu governador e, se era governador que fazia parte da base, transferiam, mandavam, como nós dizíamos, para “Três Dedos”, longe, perto do limite. Isso nós temos que ver de bom na Lava Jato, esse lado bom, que num Governo se estabeleceu uma forma que, mesmo que atingissem os seus, fosse criado um sistema de limpeza. Essa moção tem que ir para lá como uma moção de incentivo aos Policiais Federais, aos Procuradores para que não se fique só aqui. Temos que trabalhar muito mais, temos que trabalhar essas acusações que são feitas ao seu Vice, o Temer. Temos que trabalhar com as acusações que são feitas ao Sr. Cunha, nós temos que trabalhar o que há muitos anos sabíamos, e dito por ele, que dizia “eu roubo, mas faço”, o Sr. Maluf, que a Justiça brasileira não o condenou, não o prendeu, teve que ser fora para prendê-lo ou para criar mandado de prisão! Nós temos que trabalhar a mudança no Brasil, e este é o momento. Que bom que agora está se estabelecendo uma investigação criminal. Já estamos cansados de prisões cheias de pobres coitados, que muitas vezes precisam é para comer. Nós temos é que botar colarinho-branco na cadeia. Essa moção está fora de hora, não era para ser votada hoje, essa moção, Sr. Clàudio Janta, era para ter sido votada no final dessa Operação Lava Jato. Essa operação só começou, porque bandido e ladrão nós temos aos montes. Então temos que atingir, independente do que a gente veio aqui fazer, falar em direita e esquerda, centro; se é ladrão, se é bandido, tem que estar na cadeia. Nós vamos cobrar, e eu quero ver essa mesma movimentação que nós tivemos nas ruas cobrando o Temer, cobrando o Cunha, cobrando o Maluf e quem quer que seja!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 039/16.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela, demais Vereadores e Vereadoras; Ver. Clàudio Janta, proponente desta moção; eu estava pensando se me inscrevia ou não para falar, mas, depois da fala do Ver. Delegado Cleiton, eu resolvi dar a minha contribuição. Sei que existem muitas reclamações a respeito da Operação Lava Jato, de situações seletivas e falhas, mas eu acredito que o Brasil está no caminho certo na questão da impunidade. Nós temos que investigar. Se há erros, se há problemas, nós temos que lutar para melhorar e não ficar criticando as investigações.

Eu, como Vereador desta Casa, já participei de três CPIs – duas delas presidi – e sempre procurei trabalhar junto com o Ministério Público e com o Ministério Público de Contas. Sempre conseguimos grandes avanços, Ver.ª Fernanda. Uns concordam e outros não concordam com a Operação Lava Jato, mas é indiscutível que nós estamos vendo hoje os maiores empresários brasileiros na cadeia. É uma operação que tem agido com bastante rigor. Nós temos visto também vários partidos políticos que têm sido alvo dessa operação.

Talvez mais seletiva do que a Operação Lava Jato, Ver.ª Sofia, tem sido a imprensa, que escolhe quem vai mostrar nas suas páginas. Mais do que a Operação Lava Jato, a imprensa, muitas vezes, sim, faz uma seleção de quais as ações que ela vai mostrar por maior interesse da população. A Operação Lava Jato fez com que empresas como Odebrecht e Andrade Gutierrez respondessem pelo seu envolvimento, e hoje vemos o Brasil sendo passado a limpo. Acredito que temos que avançar ainda mais. Vou apoiar a moção do Ver. Clàudio Janta e peço que a Operação Lava Jato se transforme em várias outras operações, para que sejam aprofundadas as investigações nos mais diversos assuntos que foram levantados. Temos, sim, que continuar investigando.

A população sai às ruas porque não aguenta mais a corrupção. Pior que a corrupção é a má gestão que ainda temos em vários municípios. Nunca vi tantas pessoas querendo se envolver na política a partir do que tem acontecido no Brasil, do que se tem visto na política, seja pela forma como têm sido investigadas operações como a Lava Jato, ou pela discussão do impeachment. O que ainda discordo é a forma como tem se polarizado, a política hoje transformou-se em Gre-Nal: quem concorda comigo, com o meu pensamento está correto; quem não concorda está errado.

Isso está se tornando uma forma ruim nos debates da política: quem discorda de mim é isso e aquilo; quem está do meu lado está correto. Temos pessoas boas em vários partidos, assim como temos ruins, então, temos que buscar cada vez mais a educação, a cultura de aprofundar a política para que se possa fazer boas discussões, buscando sempre o melhor para o nosso País. Sou favorável a todo tipo de investigação, a investigação certa e correta para passar o Brasil a limpo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, lembro que há a necessidade de a Ver.ª Sofia Cavedon entregar a sua Declaração de Voto.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, o Requerimento nº 039/16. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 05 votos NÃO.

A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para a leitura da sua Declaração de Voto e do Ver. Prof. Alex Fraga.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: (Lê.): “Somos a favor da moção de solidariedade à Lava Jato, pois o PSOL tem defendido a ampliação da investigação a todos os envolvidos sem seletividade nem autoritarismo”.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Vereadora.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Atenção companheiros do Governo e da oposição, há um acordo: votarmos o PLCE nº 020/15, retirando a Emenda nº 02, de uma entidade apenas, e votando a emenda que tem três entidades, a Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): De acordo com o acordo de Lideranças, está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h55min.)

 

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